Receba todas as notícias em tempo real no nosso grupo do whatsapp.
Basta clicar no link abaixo
Não são só o deputado estadual Tito Barichello (União Brasil) e o advogado Igor José Ogar que podem sair chamuscados do episódio da falsa operação policial que tentava prender um empresário em Curitiba.
O deputado federal Tadeu Veneri (PT) requereu ontem (26) à Comissão Permanente de Disciplina da Câmara dos Deputados que apure a conduta da delegada licenciada Thatiana Guzella, esposa do “Delegado Xerifão”, na “operação fake” que não tinha nem conhecimento nem autorização da Polícia Civil do Paraná.
Tathiana é servidora da Câmara dos Deputados e exerce cargo em comissão no gabinete do deputado federal Felipe Francischini (União Brasil). Ela está filiada no partido e deve ser candidata à vereadora de Curitiba na eleição de outubro.
Durante a transmissão da “operação policial”, por uma emissora de televisão e também pelas redes sociais, Tathiana aparece armada, com colete à prova de balas e dando entrevista explicando a ação.
No vídeo ela dizia que se tratava do cumprimento de prisão de um empresário que teria planejado um plano macabro para matar o advogado Igor José Ogar — que, apesar de ser a “suposta vítima”, acompanhava in loco e transmitia toda a “falsa operação” para os seus mais de 600 mil seguidores no Instagram.
Mas horas depois da “operação”, veio à tona a informação que o mandado de prisão contra o empresário era do 3° Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Curitiba, e nada citava sobre o tal plano macabro contra Igor José Ogar. Destacava, sim, provas de descumprimento da medida protetiva por parte do empresário — que depois de toda esta lambança se apresentou à polícia e está preso.
É importante esclarecer que em caso de flagrante delito tanto Tito e Tathiana não só podem como devem intervir e atuar como delegados licenciados.
Depois do fato, a Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público do Paraná abriram um procedimento para apurar a participação dos delegados licenciados na ação policial. Deputados da bancada do PDT e PT devem ingressar com uma representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa contra o “Delegado Xerifão”.
A OAB do Paraná informou que “tomará todas as providências para o esclarecimento do papel do advogado e para abrir, se for o caso, processo disciplinar salvaguardado pelo sigilo”.
O que se comenta nos bastidores é que ficou estremecida a relação antiga, antes da eleição de Tito para a Assembleia Legislativa, do casal de delegados com o advogado com direito ao envio de mensagem via WhatsApp para “darmos um tempo” na exposição da amizade nas redes sociais.