TSE condena Jair Bolsonaro que está inelegível até 2030

Jair Bolsonaro está inelegível pelos próximos 8 anos. Participar de eleição? Só a de 2030. Como cabo eleitoral, o “Capitão” está liberado para pedir votos aos seus aliados. E a tendência é que ele rode o país com discurso de vitimização se dizendo perseguido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Desde que, claro, novas e mais contundentes investigações, como do auxiliar Mauro Cid, não o alcance.

O motivo da inelegibilidade foi uma reunião promovida por Bolsonaro com embaixadores em que ele criticou, desacreditou as urnas eletrônicas e fez ataques ao sistema eleitoral brasileiro. Basicamente o mesmo argumento que cassou Fernando Francischini, deputado estadual paranaense que, em 2026, terá cumprido o gancho dos 8 anos.

O voto que formou maioria no TSE pela condenação do ex-preisdente foi o da ministra Cármen Lúcia que foi além dos fatos investigados na AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral). A magistrada fez uma defesa explícita dos colegas do Supremo Tribunal Federal, relembrando que houve, por parte de Bolsonaro, ataques recorrentes, contundentes e deliberados de desqualificação não só do sistema eleitoral do país, mas, principalmente, por mirar ministros do STF.

“A crítica feita a qualquer servidor público acontece e faz parte, o que não se pode é um servidor público, em espaço público, com equipamento público e transmissão pública fazer achaques contra ministros do Supremo como se não estivesse achacando a própria instituição —e a democracia é feita com um judiciário independente”, disse a ministra durante a leitura do voto.

O último a votar foi o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que acompanhou o relator Benedito Gonçalves pela condenação e a consequente inelegibilidade — fechando o placar por 5 a 2.

Resultado completamente previsível, assim como são nulas as chances de Bolsonaro conseguir reverter a condenação no STF — embora ainda caibam recursos ao próprio TSE e depois à Suprema Corte. Assim como não surpreendeu ninguém o voto do ministro Nunes Marques — nomeado por Bolsonaro para o STF — favorável ao ex-presidente.

Sem dúvida, a condenação de Bolsonaro é um baque na extrema direita. Mas no PL tem gente que espera contar com Bolsonaro como o maior cabo eleitoral para a eleição de 2024 — ganhando mais vereadores e comandando novas prefeituras no Brasil. Dentro do partido, a expectativa é que Bolsonaro tenha a imagem de um mártir, uma vítima, do “sistema”, do TSE, do STF e, em última instância, o principal nome do antipetismo.

 

Foto: Reprodução Youtube

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