Defensoria do Paraná vai até a ONU para garantir manifestações em ano eleitoral

Se o governo estadual não esperava um protesto de policiais como o que viu na segunda-feira (11), na frente da sede do Detran, em Curitiba, não pode falar o mesmo do evento marcado para o próximo dia 29 de abril por parte da APP Sindicato. A manifestacão, que já é a tradicional no calendário dos professores estaduais do Paraná, foi confirmada no último fim de semana, em assembleia da categoria.

A APP e outras entidades já estão mobilizadas e tentam se precaver contra ações repressivas. A Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) inclusive recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU). O relator especial da ONU sobre o Direito à Liberdade de Reunião e Associação Pacífica, Clément Nyaletsossi Voule, recebeu um relatório sobre a ação policial de 29 de abril de 2015, que resultou em cerca de 200 pessoas feridas na manifestação contra um “pacotaço” enviado à Assembleia Legislativa pelo então governador Beto Richa (PSDB).

Voule esteve no Brasil no início de abril para coletar informações sobre outras repressões contra protestos de movimentos sociais. O coordenador do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH) da Defensoria, Antônio Vitor Barbosa de Almeida, informou que “o objetivo de levar o relatório detalhado à ONU é permitir uma reflexão sobre o que ocorreu, e garantir que, neste ano eleitoral, em que as posições político-partidárias serão amplamente manifestadas pela população nas ruas, o tratamento dado pelo estado a esses casos seja diferente”, conforme nota do órgão.

Compartilhe nas redes