Paraná Pesquisa mostra disputa acirrada pela prefeitura de Curitiba

A segunda pesquisa eleitoral registrada na Justiça para a prefeitura de Curitiba, feita pelo Instituto Paraná Pesquisa, contratada pela TV Band e divulgada nesta quinta-feira (21), traz o cenário de uma disputa acirrada, neste primeiro momento, entre cinco pré-candidatos — todos empatados dentro da margem de erro, tanto na pesquisa estimulada quanto na espontânea.

Comecemos pela espontânea, quando o entrevistador não apresenta ao eleitor o nome dos candidatos. Tirando Rafael Greca, que já é prefeito e não pode concorrer a reeleição, Eduardo Pimentel (PSD), o candidato dos palácios (29 de Março e Iguaçu), aparece na dianteira com 5,3%, seguido por Luciano Ducci (PSB) que apareceu com 1,6%, Ney Leprevost (União Brasil) com 1,3%, Deltan Dallagnol (Novo) com 1,1%, Paulo Martins (PL) com 0,8%, Beto Richa do PSDB e Goura do PDT ficaram com 0,4%, a petista Carol Dartora foi lembrada por 0,3% e Cristina Graeml (PMB) e Luizão Goulart (SD) tiveram 0,1%.

O que chama a atenção na espontânea é que 72,3% dos eleitores curitibanos ouvidos pelo Paraná Pesquisa disseram que ainda não sabem em quem vão votar para prefeito de Curitiba em outubro ou não não quiseram responder. São 7 em cada 10 entrevistados — porcentual alto, porém normal a pouco mais de 7 meses do pleito e significa, para os marqueteiros já escalados pelos principais players, um mar de oportunidades, digo de eleitores, a ser cativados.

E na estimulada? — Quando o disco com o nome dos pré-candidatos é mostrado aos eleitores, os nomes se dividem em dois pelotões: 5 na frente e 5 atrás. Na dianteira só muda a colocação dos “personagens”, com destaque para o “jump” de Beto Richa por ser, sem dúvidas, o mais conhecido dos postulantes por ter sido duas vezes prefeito e governador.

Eduardo Pimentel, do PSD, segue na dianteira com 17,4%, seguido de perto por Ducci, que apareceu na sondagem com 15,9%, Beto Richa com 14,5%, Ney Leprevost com 13,1% e Deltan Dallagnol (Novo) que foi lembrado por 11% do eleitorado curitibano ouvido pelo instituto.

São os mesmos pré-candidatos que apareceram na frente na pesquisa Radar, divulgada no último domingo — a diferença é a posição entre eles. Eduardo aparece na dianteira, dentro da margem de erro, nas duas pesquisas — motivo de comemoração no bunker da campanha do vice-prefeito. Na pesquisa comandada por Murilo Hidalgo, Ducci supera Beto Richa e Ney apareceu na frente de Deltan.

PP e PT? — Fato é que num cenário com muitos candidatos pontuando entre 10% e 20%, e com uma margem de erro de 3,5%, dificilmente eles não aparecerão embolados. A partir das convenções partidárias o jogo se afunila e alguns pré-candidatos deixarão tal alcunha desanuviando o cenário eleitoral na capital paranaense. Algumas curiosidades: a pesquisa não simula qualquer cenário com pré-candidato do PP e sequer foi mencionado na espontânea o nome de algum progressista. Assim como nos cenários pesquisados não há indicação do PT — tendo a deputada federal Carol Dartora aparecido na espontânea com 0,3%.

2° pelotão — No bloco da frente, poucas surpresas. No segundo pelotão novamente o desempenho tímido do deputado Goura do PDT, que teve 5,6%, e de Paulo Martins, candidato do PL do Capitão Jair Bolsonaro, com 4,9%. Esperava-se mais do pedetista uma vez que ele foi candidato em 2020 e terminou em segundo lugar — atrás só do prefeito reeleito Rafael Greca. O recall da disputa pelo Senado em 2022, ainda não apareceu para Paulo Martins em 2024, que aguarda os vídeos de Bolsonaro e a visita do Capitão em Curitiba para alcançar os dois dígitos nas próximas sondagens eleitorais.

A performance da jornalista e pré-candidata Cristina Graeml, do PMB, é bastante positiva com 2,8% — considerando o tamanho do partido e do fato de ser o primeiro teste de fogo junto ao exigente eleitorado curitibano. O discurso da extrema direita ajuda a explicar o índice. Luizão Goulart, do Solidariedade, é quem segura a lanterna, com 1,9%. Toda a popularidade de Pinhais parece não ter efeito, ainda, na capital do Estado.

Afunilado — Num cenário mais restrito, só com Eduardo Pimentel, Ducci e Ney Leprevost a diferença é ainda menor. O candidato do prefeito Greca e do governador Ratinho aparece com 25,5%, o candidato do PSB vem com 23,8% e Ney com 22,8%. É o cenário que muitos analistas políticos consideram bastante factível a partir das convenções e o registro das candidaturas.

Falando em registro, sinal amarelo para o Novo. Com a dúvida sobre o aceite da Justiça Eleitoral da candidatura de Deltan, o Paraná Pesquisa testou o nome da mais recente aquisição do partido, Valdemar Jorge — ainda secretário do Desenvolvimento Sustentável do Paraná. Apenas 0,5% dos curitibanos ouvidos na sondagem disseram votar nele para a prefeitura de Curitiba. Outra opção de Deltan, em caso de revés no Tribunal Superior Eleitoral, será colocar o nome da esposa, Fernanda, na disputa — mantendo a “grife” Dallagnol.

Como em toda a pesquisa, foguetes em alguns bunkers, tristeza e desânimo em outros. Reações absolutamente normais e compreensíveis a pouco mais de sete meses da disputa pelo Palácio 29 de Março.

Metodologia: O Instituto Paraná Pesquisa ouviu 800 eleitores, através de entrevistas pessoais, entre os dias 15 e 20 de março de 2024. A sondagem eleitoral tem um grau de confiança de 95,% e uma margem estimada de erro de 3,5% para mais ou para menos. A pesquisa está registrada sob o número PR-01504/2024.

 

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

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