Osmar Dias começou a se aquecer. Longe dos holofotes desde 2018, quando misteriosamente abandonou a disputa pelo Governo do Estado, ele deve voltar ao cenário político em 2023.
O Blog Politicamente apurou que o retorno de Osmar Dias tem a ver com a eleição de 2022. Conta uma boa fonte que Osmar foi sondado para disputar o Senado Federal na chapa encabeçada por Roberto Requião (PT).
O flerte não avançou nem para namoro. Ao saber da investida, os palacianos, comandados pelo todo poderoso João Carlos Ortega, chefe da Casa Civil do governador Ratinho Junior (PSD), agiram de forma rápida e cirúrgica.
Portanto, não será novidade se a reforma do secretariado de Ratinho, que será promovida após a eleição, traga Osmar Dias como secretário de Estado. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento seria o destino mais provável. Mas por lá quem dá as cartas é Norberto Ortigara, goza de prestígio junto ao governador — tanto que foi escalado para ser um dos coordenadores da campanha de reeleição ombreado por Ortega.
Independentemente do cargo, são fortíssimos os rumores do retorno de Osmar Dias ao cenário político do Paraná. E pensar que em 2018, Osmar era o principal adversário de Ratinho Junior na eleição.
Vinha forte — Osmar vinha forte para a disputa pelo Governo do Estado e estava bem ranqueado nas pesquisas de intenção de voto. Ele perdeu a eleição de 2006 para Requião por apenas 10 mil votos e teria grande influência, especialmente no interior do estado. Mas para surpresa geral ele abdicou da corrida eleitoral. Após não conseguir selar uma coligação com o MDB — na época comandada pelo então senador Requião. Em carta divulgada na época, Osmar Dias culpou o sistema político pela sua desistência.
A desistência na época provocou rumores de um acerto político envolvendo Augustinho Zucchi, companheiro de primeira hora de Osmar Dias e atual secretário de Desenvolvimento e Obras Públicas (Sedu) de Ratinho.
E o Zucchi? — Este “compromisso” seria honrado agora em outubro. Com a benção do Palácio Iguaçu, Zucchi seria o candidato do governo ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) na vaga de Artagão de Mattos Leão que se aposenta em outubro ao completar 75 anos.
Mas daí o Superior Tribunal de Justiça (STJ) resolveu mexer nas gavetas e desenterrou o processo de Maurício Requião dando-lhe razão, em julgamento ainda em andamento, ao pedido para ocupar uma das sete vagas de conselheiro do TC — no lugar de Ivan Bonilha. O ministro relator, Mauro Campbell, deu a solução salomônica: Bonilha é mantido e Maurício Requião entraria na próxima vaga aberta pela Assembleia Legislativa — justamente a que estava prometida para Zucchi.
E lá se vai o compromisso de 2018. Água no chope de Zucchi.