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Dias atrás chegou até o Palácio Iguaçu um recado direto do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). O “Capitão” quer fazer Paulo Martins senador da República numa eventual eleição suplementar no Paraná. E espera contar com o governador Ratinho Junior e seu grupo político nesta missão.
Será uma repetição do cenário da eleição de 2022 quando Paulo Martins era candidato ao Senado Federal tendo Bolsonaro e Ratinho, este só na reta final, como seu principal cabo eleitoral. Nas urnas o resultado não veio e Paulo Martins foi superado pelo ex-juiz federal Sergio Moro que, numa estratégia desenhada pelo marqueteiro Marcelo Cattani, conseguiu neutralizar os apoios de Bolsonaro e Ratinho ao se alinhar a ambos. Paulo Martins atribui a derrota a divulgação de uma pesquisa eleitoral na véspera do pleito.
Eleição suplementar ao Senado no Paraná, por ora, é apenas conjectura no meio político paranaense, já que dependeria da cassação, em última instância, por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do mandato de Sergio Moro. No Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paranaense tramita uma investigação, que ainda está em fase de investigação, mas a palavra final será dada pela Corte de Contas em Brasília — independentemente do resultado no TRE do Paraná.
Para Ratinho Junior este recado de Bolsonaro pode ter duas consequências diretas, a primeiro delas: elegendo Paulo Martins ao Senado, é menos um concorrente na disputa pela prefeitura de Curitiba em 2024, já que o ex-deputado federal do PL já declarou que quer disputar o Palácio 29 de março e tem se movimentado para isso nos bastidores. Como até as pedras do Centro Cívico já sabem, o candidato do governador a prefeito de Curitiba é Eduardo Pimentel.
A outra consequência é uma possível reaproximação de Bolsonaro já que houve um distanciamento natural por causa do resultado das eleições. Fato é que o ex-presidente Jair Bolsonaro pretende entrar de cabeça na missão de levar Paulo Martins ao Senado Federal.
Enquanto isso, Paulo Martins “se finge de leitão para poder mamar deitado”, parafraseando o ex-governador Roberto Requião. O ex-deputado federal tem evitado o assunto “eleição suplementar”, mas está pronto e a postos — tanto para disputar o senado quanto a prefeitura de Curitiba.
Sergio Moro, por sua vez, nega qualquer irregularidade que possa cassar o mandato e só observa a movimentação política de seus algozes. Assim como seus adversários, o ex-juiz federal também tem se articulado nos bastidores para evitar o mesmo destino de Deltan Dallagnol.