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O iminente retorno de André Pipetone para a diretoria financeira da Itaipu Binacional irritou e bastante o PT do Paraná e também membros da alta cúpula do partido. O descontentamento é tanto que já tem gente colocando em xeque o poder e influência da deputada federal Gleisi Hoffmann — presidente nacional do PT.
Gleisi já tinha acertado que a diretoria financeira ficaria com Pedro Guerra — que também conta com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin e a simpatia do diretor geral da Itaipu, Enio Verri. Mas quando tudo parecia certo, o PSD foi até Lula reivindicar a cadeira. É justamente o fato de Gleisi não conseguir emplacar um aliado “no seu quintal” é que tem provocado o ressentimento do petismo paranaense.
Pipetone vem carimbado pelo PSD com o aval do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e de Gilberto Kassab — cacique da legenda. A moeda de troca é o apoio as pautas do governo no Congresso Nacional, embora o PSD já comande três ministérios.
Tem gente dentro do PT que já dá a batalha perdida para o PSD. O Blog Politicamente conversou com fontes de dentro do PT do Paraná. Eles lembram que esta não será a primeira derrota de Gleisi.
Um que a presidente nacional do PT tentou emplacar e não conseguiu foi Paulo Rossi — que era para assumir como secretário de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho e Emprego. Era. Não deu certo. O cargo ficou com o baiano Magno Lavigne, indicado pelo ministro da Casa Civil Rui Costa.
“O problema é que a Gleisi não tem a caneta. Ela deveria ser uma das pessoas mais fortes do governo, mas sem a caneta a Gleisi tem se desdobrado para indicar um ou outro cargo. O (Carlos) Carboni foi um dos poucos exemplos”, disse um petista ao Blog Politicamente.
“Algumas pessoas na época falaram que a Gleisi tinha que ir para um ministério. Só como presidente nacional do PT ela não tem a mesma força Basta ver que o Paraná não ficou com nenhum ministério no governo Lula, nenhum cargo importante — salvo o Enio na Itaipu”, completou.
O imbróglio pela diretoria financeira da Itaipu deve se resolver ainda no feriado santo da Páscoa para depois ser anunciado oficialmente. Gleisi deve recorrer mais uma vez ao presidente Lula e, justamente, sobrepesar o fato do PSD já comandar três ministérios.
Mas com pautas importantes chegando no Congresso Nacional como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária — consideradas vitais para o Governo Federal, o PSD deve levar ao presidente Lula dois cenários: o primeiro contando com a diretoria financeira de Itaipu e o outro sem o comando na binacional. Como o PT conta os votos na Câmara e no Senado, Gleisi terá muito esforço para não colher mais uma derrota dentro de casa.