O ex-governador Beto Richa (PSDB), agora deputado federal, aproveitou a reunião da bancada em Brasília para dar uma alfinetada no também deputado Deltan Dallagnol (Podemos).
O tucano pediu à palavra, elogiou o coordenador da bancada, deputado Toninho Wandscheer, se colocou à disposição para ajudar nos projetos de interesse do Paraná e, ao final, deu a estocada.
Beto Richa falou do processo de reconstrução da vida política e, sem citar nomes, disse que foi perseguido, foi vítima de uma injustiça e que a verdade está vindo à tona. Ao comentar os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília, fez uma analogia ao comentar interferência nas eleições.
“Temos que respeitar o resultado das urnas, embora recentemente neste país vimos o desrespeito à democracia, a falta de apreço à democracia, com interferência nas eleições aqui no nosso país. E eu fui vítima disso, só para deixar aqui registrado o meu repúdio ao que fizeram recentemente neste país”, disse Beto.
Um dos presentes disse ao Blog Politicamente que Deltan estava na fileira a frente do ex-governador e se virou para ouvir o colega de bancada. A foto flagra exatamente este momento. Mas quando veio a alfinetada se virou para frente. “O clima é de constrangimento, mas os dois terão de conviver juntos”, disse.
Lava Jato — Deltan foi o coordenador da Operação Lava Jato, no Ministério Público Federal do Paraná, que alcançou o ex-governador do Paraná em setembro de 2018, menos um mês da eleição. Beto concorria ao Senado Federal e acabou não se elegendo.
No mesmo dia, 11 de setembro, o tucano foi alvo de duas operações: a “Piloto”, deflagrada pela Lava Jato para apuar pagamento de propina para políticos na obra da PR-323, e a “Rádio Patrulha”, desencadeada pelo Gaeco para investigar o pagamento de propina a agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.