Aperto de mão: Marcelo Almeida assume o Republicanos no Paraná

A informação já circulava nos bastidores, mas o aperto de mão e o registro fotográfico entre Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos, e o empresário Marcelo Almeida, sela e oficializa a troca de comando no diretório estadual do partido. Sai Valdemar Jorge, secretário de Meio Ambiente do governo Ratinho Junior, entra Marcelo Almeida.

O anúncio foi adiado por algumas vezes. Um dos motivos foi a forte investida do deputado federal e secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros, que tentou emplacar um aliado no comando do Republicanos do Paraná. Barros chegou a indicar Toninho Wandscheer, que está hoje no PP, mas prevaleceu a preferência por Marcelo Almeida.

Outro ponto que retardou a oficialização foi a necessidade de uma conversa, tanto de Marcelo Almeida, no Palácio Iguaçu, quanto de Marcos Pereira, essa em Brasília, com o governador Ratinho Junior. Tudo às claras e de forma objetiva — até porque o governador já desenha os planos políticos para 2026 e no cenário nacional, o Republicanos tem nos seus quadros ninguém menos que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

A princípio, não haverá grandes mudanças no rumo do partido. O Republicanos do Paraná continuará na base aliada e fiel a Ratinho — assim como estará com Eduardo Pimentel na eleição de Curitiba em 2024. Quanto aos espaços ocupados hoje pelo Republicanos no governo estadual, a secretaria de Meio Ambiente com Valdemar Jorge, e a Comec, com Gilson Santos, nada muda — salvo alguma decisão pessoal de Ratinho. E Marcelo Almeida já avisou que não pretende disputar nenhum cargo em 2024, tampouco em 2026.

Autonomia — Mesmo afastado do front da vida política, Marcelo Almeida ganhou carta branca de Marcos Pereira para tocar o partido. “Terá plena autonomia”, conta uma pessoa próxima ao empresário. A principal missão dada por Marcos Pereira é dar mais musculatura par a legenda no Paraná — que hoje conta com três estaduais e apenas um federal.

Aliás, o fraco desempenho da chapa de federais na eleição de 2022, mesmo com R$ 12 milhões de fundo eleitoral, foi um dos motivos da saída de Valdemar Jorge do Republicanos. Marcelo Almeida vai percorrer o Estado para montar um time de candidatos para engrossar a bancada federal em 2026 — critério que define fundo partidário e tempo de rádio e televisão.

Por ter sido coordenador financeiro de algumas campanhas do deputado Alexandre Curi, Marcelo Almeida mantém uma estreita relação com o parlamentar — que não esconde de ninguém que pode disputar o Palácio Iguaçu em 2026. Hoje no PSD, Curi não tem planos de deixar a legenda comandada por Ratinho, pelo contrário, sonha em ser ungido pelo 01 como sucessor.

Plano B? — No entanto, comenta-se que caso o PSD tenha candidato próprio em 26 e o escolhido não seja o neto de Aníbal Khury, o Republicanos estaria de portas abertas para recebê-lo com toda a pompa e circunstância. E não estaria descartada a presença frequente do governador Tarcísio de Freitas no Paraná para ajudar na eleição ao governo do Estado. Tarcísio, que já foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda goza de bastante simpatia dos bolsonaristas e, num estado mais à direita, ele pode se tornar um importante cabo eleitoral.

Marcelo Almeida, que depois de ser vereador, deputado federal e diretor do Detran do Paraná, renasce como uma fênix na vida política do Paraná. E a foto e o aperto de mão registrados representam um presente para o empresário que na última sexta-feira comemorou 57 anos de vida.

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