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O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem, em julgamento virtual, a liminar dada em 2019 que mantinham preservadas as provas obtidas com hackers presos na operação “Spoofing” deflagrada pela Polícia Federal.
Os hackers interceptaram conversas entre procuradores da República, que atuavam na operação Lava Jato, e o ex-juiz e senador Sérgio Moro, no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram.
As mensagens, obtidas após a invasão das contas do Telegram, acabaram vindo à tona numa série de reportagens que ficou conhecida como “Vaza Jato” e foram usadas para pedir a suspeição de Moro em diversos processos da Lava Jato — principalmente pela defesa do atual presidente Lula.
Mas antes mesmo de julgar este pedido de suspeição, os ministros do STF anularam as decisões do então juiz Sérgio Moro contra Lula e remeteram para a Justiça Federal do Distrito Federal as ações penais relacionadas ao tríplex do Guarujá, ao sítio de Atibaia, à sede e às doações ao Instituto Lula.
Muitos dos condenados pela Lava Jato pegaram o mesmo atalho, ou seja, requereram as mensagens interceptadas pelos hackers para questionar as decisões de Moro. Foi assim com o senador Renan Calheiros e com o ex-deputado federal e presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.
Esse modus operandi continua. Na semana passada, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça, determinou que a defesa de dois empresários condenados na Lava Jato tivessem acesso às mensagens apreendidas na “spoofing” que citassem seus nomes ou suas empresas.