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O pedágio do Paraná, que por inúmeras vezes colocou governistas e oposição em trincheiras contrárias na Assembleia Legislativa do Paraná, quem diria, hoje, uniu os adversários políticos.
O motivo para uma, quase inédita, concordância sobre o tema, foi a notícia veiculada pelo jornal carioca O Globo, de que o governo Lula prepara um novo modelo para estimular concessões de rodovias federais. Na prática, o Governo Federal quer injetar recursos públicos nos contratos de concessão das rodovias como uma das possíveis soluções para assegurar a menor tarifa do usuário.
Ta aí uma receita que agrada tanto governistas quanto oposição: obras com recursos federais que teriam como consequência a redução do valor do pedágio nas rodovias do Paraná.
Esta iniciativa do governo virou tema na sessão desta segunda-feira (22) da Alep. O presidente estadual do PT, deputado Arilson Chiorato, criticou o governo do Paraná que teria, nas palavras dele, “acelerado” o processo de concessão do lote 1 das rodovias do Paraná. E que, por conta desta celeridade, o Estado não seria contemplado com a injeção de recursos da União em obras ao longo das vias paranaenses que poderia resultar numa tarifa mais em conta.
O líder do governo Ratinho na Alep, deputado Hussein Bakri (PSD), disse na sessão concordar com Chiorato e que o Paraná quer sim que o Governo Lula faça investimentos nas rodovias do Paraná antes do leilão para baixar o valor do pedágio. O Governo Lula, segundo O Globo, pretende apresentar este plano no mês de junho — que daria tempo para o Paraná ser contemplado.
Sandro Alex — O Blog Politicamente ouviu o secretário Sandro Alex, que disse desconhecer, de forma oficial, este plano do Governo Lula e afirmou que não ouviu falar sobre esta iniciativa durante as sucessivas reuniões em Brasília com o ministro dos Transportes Renan Filho. “Eu vi na reportagem que cita ali que o Paraná está na listas das concessões e, portanto, poderia ser beneficiado. Tudo que for em beneficio do usuário paranaense o estado do Paraná concorda”, disse Sandro Alex.
Como o plano está previsto para ser apresentando em junho, o Paraná poderia ser beneficiado já no edital do lote 1, com obras custeadas pelo Governo Federal, sem falar nos demais lotes que ainda estão para aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU). Embora, até este momento, a União não tenha se manifestado sobre quais critérios adotaria. “Qualquer obra extra, ou seja, que esteja fora do cronograma, pode ser feita e custeada pelo Governo do Paraná ou pela União. O contrato prevê isso”, explica Sandro Alex, citando que o governo paranaense vai buscar junto ao Governo Federal informações oficiais sobre este plano de pagar obras de concessões.
União de esforços — “Ainda dá tempo, o Paraná não pode ficar de fora deste plano da União de realizar obras com recursos públicos e baratear a tarifa”, disse Chiorato, adiantando que pretende coletar a assinatura dos 54 deputados e convidar o governador Ratinho Junior, o vice Darci Piana, e o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, para uma grande reunião em Brasilia.
Um dos focos, diz Chiorato, seria o lote dois que contempla o trecho da BR-277 que dá acesso ao Porto de Paranaguá. “Por se tratar de uma região de serra, as intervenções são mais sensíveis e complicadas, o que encarece e dificulta qualquer obra. Se o Governo Federal custear obras neste trecho, o pedágio fica mais barato e, consequentemente, todos os produtos que chegam e saem do Paraná pelo Porto”, completa o petista.