Desembargador do Paraná faz nota de repúdio a Gilmar Mendes

Um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná divulgou uma nota de repúdio à declaração feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no Programa Roda Viva, da semana passada, quando o decano disparou: “Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as praticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”  — fazendo uma crítica à Lava Jato.

O assunto tomou o noticiário político do Paraná e provocou a reação nos Poderes Executivo e Legislativo, tanto no âmbito municipal quanto estadual. O Tribunal de Justiça do Paraná não se manifestou, mas o desembargador Gamaliel Seme Scaff, da 1° Câmara Criminal do TJ, foi as redes sociais e defendeu a revogação do título de cidadão honorário de Curitiba, honraria concedida em 2002.

Um projeto que prevê esta revogação foi apresentado pelo vereador de Curitiba, Professor Euler (MDB), e começou a ser discutido na sessão desta segunda-feira (15) na Câmara de Vereadores de Curitiba e deve ser retomado nesta terça (16). A tendência é que a proposta seja aprovada e o título do ministro seja revogado.

Na nota publicada pelo desembargador, ele diz: “Este senhor, (se referindo a Gilmar Mendes) por conta de seus brios pessoais contra a força tarefa da Lava Jato e seus protagonistas Moro e Dalagnol, disse que CURITIBA TERIA O GERME DO FASCISMO! Nossa linda Curitiba não o tem. É uma cidade séria e trabalhadora que não tolera desonestidade e ociosidade, além de ordeira, respeitosa e ecológica, apesar dos problemas que toda grande metrópole possui”.

Em outro trecho, o magistrado paranaense afirma que “quem gerou Bolsonaro para o grande público foram a senhora Maria do Rosário e o senhor Jean Willis, ex BBB, mais a corrupção desbragada que foi descoberta, confessada com restituição espontânea de R$25Bi aos cofres públicos. Graças à Curitiba”.

O silêncio do TJ paranaense divide opiniões dentro do Poder Judiciário do Paraná. O Blog Politicamente conversou com magistrados que são à favor de uma manifestação pública sobre a declaração do ministro Gilmar Mendes e outros que consideram a questão “delicada” demais para a instituição fazer uma declaração.

 

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