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Com uma lista de candidatos pelo país ávidos em busca de apoio nas eleições municipais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve de organizar a agenda para dar conta dos compromissos políticos/eleitorais — todos, claro, com objetivo de pavimentar o palanque para uma eventual candidatura em 2026. Com pouco tempo para tantos encontros, com o agravante das dimensões continentais do país, Bolsonaro optou por lançar um site indicando quem apoiaria e realizar algumas visitas in loco.
No Paraná, Bolsonaro percorreu nove cidades do interior do Paraná em campanhas de aliados à prefeitura durante o 1º turno. O saldo foi, digamos, satisfatório, com um aproveitamento de 44%. Outras cidades importantes do xadrez político paranaense, contudo, ficaram de fora da visita dele ao estado, mesmo o “Capitão” tendo declarado oficialmente seu apoio no primeiro turno. É o caso de Curitiba onde o PL, de Paulo Martins, era vice do prefeito eleito Eduardo Pimentel (PSD) — apesar do flerte com a campanha de Cristina Graeml (PMB). No 2º turno, Bolsonaro preferiu a neutralidade e não pisou na capital paranaense. Em Cascavel, Bolsonaro até ensaiou um apoio público para Renato Silva, mas ficou na promessa depois que o filho, Eduardo Bolsonaro, pediu voto para Marcio Pacheco (PP). Renato Silva acabou liquidando a fatura no 1º turno.
O tour de Bolsonaro pelo Paraná aconteceu no final de agosto, quando o ex-presidente da República deu o ar de sua graça em Londrina, onde ele ajudou a eleger Tiago Amaral no segundo turno. Ele também teve retorno do investimento eleitoral em Foz do Iguaçu, com a eleição do general Joaquim Silva e Luna (PL), assim como em Assis Chateaubriand, com a vitória de Michel Micheletto (PL), e em Maringá, com a eleição de Silvio Barros (PP), que tem como vice Sandra Jacovós (PL), esposa do deputado Delegado Jacovós (PL).
Em outras cinco cidades paranaenses, no entanto, o candidato apoiado e visitado por Bolsonaro não teve êxito nas urnas. Em Marechal Cândido Rondon, o “Capitão” apoiou Arion Nasihgil (PL), mas Backes (PP) foi quem levou a melhor. O mesmo aconteceu em Umuarama, onde o apoio foi direcionado a Marcelo Nelli (PL), mas quem venceu foi Fernando Scanavaca (Republicanos).
Em Campo Mourão, o aliado Rodrigo Salvadori (PL) e a vice Naiany Hruschka (PL) foram derrotados por Douglas Fabrício (Cidadania). Na cidade de Cianorte, Rodrigo Guimarães (PL) perdeu para o prefeito eleito Marco Franzato (PSD) e em Arapongas, o xará Jair Miliani (PL) ficou para trás com a preferência dos eleitores por Rafael Cita (PSD).
Assim como em Curitiba e Cascavel, Bolsonaro também deixou a cidade de Ponta Grossa de lado. A expectativa se transformou em má notícia para Marcelo Rangel (PSD), que teve como vice Sebastião Mainardes Júnior (PL) — a chapa ficou de fora do segundo turno, vencido pela prefeita Elizabeth Schmidt (União). Isso porque Rangel contava com o apoio do governador Ratinho Junior e gostaria de ter a presença do ex-presidente no palanque.
A justificativa pela ausência na Princesa dos Campos, segundo uma fonte do Blog Politicamente, seria porque o PL não participou da articulação política da chapa do ex-prefeito.
As eleições municipais de 2024 em todo o país mostraram que o apoio de lideranças nacionais, como Bolsonaro e Lula, até ajudam, mas estão longe de decidir um pleito. O cidadão, numa disputa mais próxima a ele, prefere votar em quem vai resolver os problemas do dia a dia, deixando a questão ideológica de lado.