Receba todas as notícias em tempo real no nosso grupo do whatsapp.
Basta clicar no link abaixo
Um latifúndio dentro da propaganda eleitoral, as dezenas de inserções diárias e a presença constante do prefeito Rafael Greca e do governador Ratinho Junior no rádio e na TV ajudam a explicar o desempenho de Eduardo Pimentel (PSD) na mais nova pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira pela RPC — afiliada da Rede Globo. Mais do que comemorar o salto de 19% para 36% na estimulada, estrategistas que dão expediente no QG da Bruno Filgueira começam a se animar com a possibilidade, ainda proibida de se falar, de liquidar a fatura no 1º turno, embora a atual pesquisa indique uma eleição em dois turnos. E se este for o cenário, Eduardo venceria qualquer um dos adversários (veja mais abaixo as simulações).
Com Ratinho e Greca mais presentes nas ruas da capital, com carreatas marcadas em todos os fins de semana até 6 de outubro, tem gente achando que é possível vencer no início de outubro — perspectiva lastreada nos 60% de indecisos na pesquisa espontânea. Na pesquisa anterior, do fim de agosto, eram 80%. A conta é simples: Eduardo quase dobrou a intenção de voto enquanto o número de indecisos caiu 20%. A meta é pelo menos manter esta proporção. E os comerciais na propaganda política podem ajudar nisso — já que a Quaest foi realizada após o início da propaganda eleitoral e, na sondagem anterior, a maioria dos curitibanos dizem se informar sobre política pela TV.
Se a mais recente pesquisa Quaest mostra a força de Greca e Ratinho, os dois principais cabos eleitorais de Eduardo Pimentel, demonstra também a dificuldade do senador Sergio Moro de transferir voto para Ney Leprevost. Mesmo com a aparição constante do ex-juiz da Lava Jato na propaganda política e nos eventos de campanha, o desempenho do candidato do União não variou na estimulada. Revela também, a partir do desempenho de Ducci e Requião, a dificuldade, histórica, do PT de romper a bolha petista em Curitiba. A sondagem indica também, que a propaganda no rádio e na TV é determinante na eleição de Curitiba — diferente de outras capitais.
A nova rodada da Quaest exige uma mudança rápida na rota da estratégia dos adversários — primeiro para evitar que a disputa acabe em 6 de outubro e depois para chegar ao eventual 2º turno, que pode redesenhar a corrida eleitoral pelo Palácio 29 de Março com o rearranjo das forças políticas que ficarem pelo caminho. Portanto, o tom deve subir nos próximos dias.
Na estimulada, só Eduardo Pimentel cresceu. Luciano Ducci (PSB) e Ney Leprevost (União) que também dispõe de tempo de rádio e TV variaram negativamente dentro da margem de erro da pesquisa — que é de 3%. Ducci caiu três pontos: de 18% para 15%. Ney variou dois pontos percentuais, de 14% para 12%. O ponto positivo para ambos é que eles se isolaram no segundo pelotão.
Isso porque Roberto Requião, do Mobiliza, derreteu. Se a primeira pesquisa Quaest animou demasiadamente o ex-governador, o colocando 1% atrás do candidato do PSD, nesta nova rodada Requião despencou dos 18% anteriores para 8%. O motivo pode ser justamente o que alavancou Eduardo: o tempo de rádio e TV. Mas no caso do ex-governador, ele não dispõe nem de um segundo de propaganda.
Com 8%, Requião encabeça o terceiro bloco que tem Cristina Graeml (PMB) que teve 5% e Luizão Goulart (SD) com 4% — os dois repetiram o mesmo índice nas duas pesquisas Quaest. Maria Victoria (PP) e Andrea Caldas (Psol) variaram negativamente 1%. A progressista tinha 4% e agora apareceu com 3% e a candidata do Psol tinha 2% e agora 1%. Samuel de Mattos (PSTU) se manteve com 1% e Felipe Bombardelli (PCO) com 0%. Na estimulada, são 8% os indecisos.
Na espontânea, cinco candidatos cresceram nesta Quaest. Eduardo pulou de 9% para 20%, Ducci foi de 3% para 7%, Cristina Graeml tinha 1% e agora tem 4% — mesmo porcentual de Ney Leprevost, que tinha 1% na sondagem anterior. Requião tinha 1% e agora tem 2%. Luizão se manteve com o mesmo 1% da primeira pesquisa. Chamou a atenção que Maria Victoria foi citada pelos eleitores, mas não pontuou.
A pesquisa ainda revela mais uma má notícia para Requião. A rejeição dele, que bateu em 51% na primeira pesquisa, agora subiu para 60%. Não foi só ele que cresceu neste item. Ducci tem 42% de rejeição agora, antes era 37%. Ney que tinha 35% agora tem 40%. Eduardo conseguiu reduzir a rejeição: de 31% para 26%. Quem tem a menor rejeição é Samuel de Mattos, com 10%, no entanto, ele é, dos 10 candidatos, o menos conhecido pelo eleitorado curitibano ouvido na pesquisa Quaest.
Diferentemente da sondagem anterior, a Quaest desta vez testou seis cenários num eventual 2º turno. Eduardo Pimentel venceria em todas as simulações — independentemente do adversário. Contra Ducci, o candidato do PSD teria 49% contra 34% do pessebista. Se a disputa fosse contra Ney, Eduardo abriria 20% de frente: 51% contra 31% do candidato do União Brasil. A disputa “mais tranquila” seria contra Requião. Eduardo aparece com 58% e o ex-governador com 26%.
O instituto simulou ainda uma disputa de Ducci contra Leprevost. O resultado é um empate técnico dentro da margem de erro: 41% para Ducci e 37% para Ney. Se o 2º turno fosse entre os dois candidatos mais à esquerda, Ducci venceria com 46% contra 25% de Requião. Ney contra Requião, o resultado, segundo a pesquisa, seria 47% para o candidato do União e 28% para o ex-governador.
Metodologia: O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-07358/2024, tem um grau de confiança de 95% e uma margem de erro de 3% para mais ou para menos. A Quaest ouviu 900 eleitores entre os dias 14 e 16 de setembro.