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A condução técnica e bem avaliada durante a pandemia da Covid-19 em Curitiba catapultou a então secretaria de Saúde Márcia Huçulak para a carreira política. E ela chegou chegando. No primeiro teste da urna, em 2022, ela já alcançou o posto de mais votada em Curitiba dentre os 54 deputados estaduais do Paraná, com 57.368 mil, desbancando nomes como Ney Leprevost (União) e Goura (PDT) com histórico de disputa de majoritária. O desempenho nas urnas, obviamente, foi um reflexo do trabalho dela durante a pandemia.
A boa votação a colocava, naturalmente, como uma possível protagonista na campanha de 2024 na capital do estado. Mas não foi o que aconteceu. Durante dois anos de mandato, Huçulak rezou a cartilha do Palácio Iguaçu, mas não com o mesmo fervor dos aliados de primeira hora do Palácio Iguaçu. Ela, por exemplo, por algumas vezes criticou o regime de urgência imposto pelo governo em projetos polêmicos, pontuando o tempo exíguo para o debate das propostas.
Ela acabou perdendo espaço. Mas não a importância eleitoral. Tanto é que uma boa fonte do Blog Politicamente conta que depois que foi batido o martelo do nome de Paulo Martins como vice, imposição do Palácio Iguaçu para contar com o apoio de Bolsonaro, Eduardo Pimentel passou mais de uma hora no gabinete de Márcia na Assembleia Legislativa. Foi neste encontro, que Eduardo convenceu ela a entrar de cabeça na campanha dele em Curitiba. E é exatamente o que vem acontecendo.
Na convenção do PSD que homologou o nome de Eduardo Pimentel, lá estava Márcia Huçulak. Fez, inclusive, discurso — aliás, a única deputada estadual, dos muitos aliados que lá estavam, que teve acesso ao microfone. Eventos de lançamento de candidaturas à vereança em Curitiba, também contam com a presença de Márcia Huçulak. Nas caminhadas pelos bairros da capital, lá está Márcia. Visita aos hospitais, a presença dela é obrigatória.
No último fim de semana, o comando do marketing político da campanha entrou em contato com Márcia e a convocou para a gravação do programa eleitoral. Na segunda-feira ela se apresentou e participou das gravações — que devem ser usadas nos primeiros programas eleitorais de Eduardo Pimentel — que começam a ser veiculados na sexta-feira (30).
Já tem gente que se refere à ela como “a vice que não é vice”. Esta “onipresença” é facilmente percebida também nas redes sociais. E tem motivo. Trata-se de uma estratégia desenhada para contrapor com a imagem de Rosangela Moro como vice de Ney Leprevost e também como uma forma de atrair o funcionalismo público municipal, em especial a turma da saúde, que flerta com a candidatura de Luciano Ducci (PSB).
Ela também está escalada para defender a gestão Rafael Greca/Eduardo na área da saúde. Exemplo disso aconteceu nesta semana durante uma sessão da Assembleia Legislativa, quando ela ocupou a tribuna para responder à uma declaração de Ney durante uma entrevista, em que ele fez críticas à gestão da Prefeitura de Curitiba durante a pandemia. Num trecho da entrevista, o candidato do União Brasil afirmou que Márcia Huçulak, então secretária municipal de Saúde, “ia à televisão e falava mal dos comerciantes durante a pandemia, como se eles fossem bandidos. Ela agredia as pessoas”. Afirmou ainda que ela errou ao fechar a cidade cedo demais e ao reabrir por motivos eleitorais –, segundo ele para ajudar na reeleição de Rafael Greca.
Sem citar o nome do colega, deputado estadual, mas com discurso firme, Márcia Huçulak defendeu a gestão durante a Covid-19. “Talvez o candidato de hoje na CBN estivesse falando de festas e bares abertos sem restrição, ao sabor das alegrias vindas do consumo de bebidas e outras coisas (que os senhores sabem bem do que se trata) nesses locais. Bandidagem, meus caros e caras colegas, é defender o caos, as trevas e a irresponsabilidade de quem se sente no direito de não respeitar o direito de mais ninguém. Em última instância, bandidagem está ligada ao desrespeito à vida humana”, disse ela na Alep.
Nestes primeiros dias de campanha, tanto na rua quanto nas redes sociais, está bastante claro que Márcia Huçulak faz parte do front da campanha de Eduardo Pimentel. E assim se repetir nos programas de rádio e televisão do candidato do PSD.