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Por Carol Nery
A definição das candidaturas para estas eleições em Curitiba mostram que oito dos 10 candidatos “apostaram” numa chapa “puro-sangue”. Alguns, é bem verdade, não tiveram opção. Apenas Eduardo Pimentel (PSD) e Luciano Ducci (PSB) escolheram seus vices de outros partidos, respectivamente, Paulo Martins, do PL, e Goura do PDT. Todos os demais têm candidato e vice da mesma legenda. Isso se nada mudar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem até 16 de setembro para deferir ou não as candidaturas registradas.
O índice de 80% de candidaturas “puro-sangue” em 2024 é fruto de uma articulação política muito forte do Palácio Iguaçu, que montou uma grande coligação, com o PSD se alinhando a outras sete siglas. É uma estratégia bastante normal e usual, já que o governo do Estado conta com uma base aliada para garantir a governabilidade. Eduardo, do PSD, tem no rol de apoio os partidos Novo, PL, MDB, Republicanos, Podemos, Avante e PRTB.
A outra chapa que não é puro-sangue nestas eleições de Curitiba é formada por um dos principais oponentes do grupo palaciano: o candidato a prefeito Luciano Ducci (PSB), com Goura (PDT) na vice. As legendas também coligadas com a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).
Ainda durante a pré-campanha, Roberto Requião, do Mobiliza, chegou a comentar publicamente sobre a dificuldade de coligar com outros partidos — mesma crítica feita pelo ex-governador Beto Richa (PSDB), que optou por não concorrer em 2024.
Só em três eleições em Curitiba, desde a promulgação da Constituição Federal de 88, o índice de “chapa puro-sangue” superou os 80%. Sendo que em duas delas, foram pleitos atípicos. A primeira, em 1988, todos os candidatos e vices eram do mesmo partido. A última eleição municipal, em 2020, transcorreu durante a pandemia da Covid-19 e apenas uma, das 16 chapas concorrentes, tinha candidato e vice de partidos diferentes — justamente o atual prefeito e vice. Rafael Greca estava filiado ao DEM e Eduardo ao PSD. Ou seja, 93% das candidaturas era puro-sangue.
No pleito de 2004, vencido por Beto Richa (PSDB), só ele e Ângelo Vanhoni (PT) tinham vices de outros partidos — totalizando 84% de “chapa puro-sangue” .