Por Carol Nery
A vice-prefeita de Cornélio Procópio, Angélica Carvalho Olchaneski — atualmente pré-candidata à prefeitura da cidade pelo PSB –, e a ex-diretora de saúde do município Graziela Andrade Olchaneski, foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP). Elas são acusadas de envolvimento com uma associação criminosa que teria feito pagamento irregular em contrato administrativo, entre os anos de 2020 e 2022. Além de vice-prefeita, Angélica acumulava o cargo de secretária municipal da saúde neste período.
A denúncia é decorrente da Operação Infiltrados, que cumpriu mandados de busca e apreensão em fevereiro de 2023, em endereços ligados aos investigados na cidade do Norte Pioneiro.
Apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça da comarca de Cornélio Procópio em conjunto com o Núcleo Regional de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a denúncia foi recebida pela Justiça e o processo distribuído para a juíza Danielle Marie de Farias Serigati Varasquim.
Denúncia contra vice-prefeita envolve suspeitas de favorecimento de laboratório
O objetivo, segundo o MP, era apurar possíveis crimes praticados a partir da Secretaria de Saúde de Cornélio Procópio no âmbito do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte do Paraná (Cisnop). Havia suspeitas de favorecimento de um dos laboratórios cadastrados para prestação de serviços ao Consórcio.
O MP apurou que, entre 2020 e 2022, o laboratório favorecido pelo esquema recebeu R$ 3,9 milhões em razão da execução dos exames laboratoriais requisitados pelo município ao Cisnop. O valor representou aproximadamente 84% da demanda.
Agendamentos e liberações eram possíveis com login e senha de servidoras
Conforme as investigações, funcionárias do laboratório favorecido realizavam o agendamento e a liberação de exames por meio do convênio do Cisnop nas próprias dependências da Secretaria Municipal de Saúde, com login e senha das servidoras públicas. A determinação para uso das dependências, bem como computadores da Secretaria, teria partido dos proprietários do laboratório. Além disso, alguns computadores da repartição pública teriam sido destinados ao uso exclusivo das funcionárias da empresa privilegiada.
O MP informou ainda que, ao analisar mensagens em celulares dos investigados, verificou-se que um dos empresários solicitava preferência à secretária de saúde para o agendamento de exames e privilégio nos pagamentos, bem como participar com ela de confraternizações como “convidado de honra”. Dois empresários do ramo da saúde também foram denunciados na denúncia do MP.
O que dizem as denunciadas
O Blog Politicamente tenta contato desde a tarde desta terça-feira (30) com a assessoria de imprensa da prefeitura de Cornélio Procópio, assim como com a advogada que faz a defesa de Graziela. O espaço segue aberto para manifestação.