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Foragido há quase 1 mês, vereador confessa crime e é indiciado por homicídio

Por Carol Nery

O vereador José Odílio dos Santos (MDB), do município de Reserva, nos Campos Gerais do Paraná, que está foragido desde o dia 6 de julho, foi indiciado por porte ilegal de arma e homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Conhecido como Zé Odílio, ele também é primeiro-secretário da Câmara Municipal de Reserva e investigado pelo assassinato do sobrinho-neto, Diórgenes Fernando Ferraz Lemes, de 24 anos, durante um velório familiar, em 5 de julho.

Vereador José Odílio (MDB), de Reserva. (Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Reserva)

 

Zé Odílio desapareceu na noite do crime junto com o irmão, Valdereis Sebastião Fernandes dos Santos, que também segue foragido e, assim como o vereador, será indiciado por homicídio qualificado. Ambos tiveram prisão preventiva decretada logo no dia seguinte ao crime e buscas são feitas na região dos Campos Gerais do Paraná.

Além disso, a polícia enviou alertas aos aeroportos, para evitar que Zé Odílio fuja do país, já que o vereador tem um filho que mora nos Estados Unidos.

A polícia finalizou o inquérito no último dia 25. O delegado Silas Castro, da Delegacia de Polícia Civil de Reserva, ouviu o vereador por meio de vídeoconferência. O parlamentar garantiu que não vai se entregar, afirmou Castro. “Ele foi indagado se ele se entregaria à Justiça e disse que não se entregaria”.

Vereador diz que sofria ameaça e contradiz testemunhas

Zé Odílio teria disparado contra o próprio sobrinho por causa de uma dívida de compra de um trator. Conforme o delegado, Zé Odílio alegou que estava sendo ameaçado pela vítima. “Ele foi indagado porque foi ao local sendo que estava ameaçado e disse que teria ido ao local justamente por isso, porque estaria sendo ameaçado”, disse Castro.

O vereador também afirmou em depoimento que quando efetuou os disparos de arma de fogo ele e a vítima estariam frente a frente. A afirmação, no entanto, segundo o delegado, não condiz com o que dizem laudos e testemunhas. “A alegacão dele não encontra embasamento nos elementos que constam no inquérito, que demonstram que a vítima teria levado um disparos por trás, na cabeça, e outros dois possivelmente efetuados com a vítima no chão”, contou o delegado.

O vereador Zé Odílio é procurado pela Polícia Civil de Reserva, no Paraná (Foto: Divulgação/PCPR)

 

O advogado Jorge Sebastião Filho, que defende Zé Odílio e Valdereis, informou ao Blog Politicamente que ingressou com uma ação no TJ para ter acesso ao conteúdo da investigação e os motivos que levaram à decretação das prisões preventivas.

“Ingressamos com Mandado de Segurança no TJ PR que está pendente de julgamento, tendo como objeto a liberação de acesso aos autos. Requeremos a realização de interrogatório por videoconferência que já foi realizado, sendo que José Odílio esclareceu que estava sendo ameaçado pelo sobrinho, com graves ameaças de morte, e por este motivo ocorreram os fatos. Estamos aguardando o acesso aos autos para a adoção das medidas legais cabíveis em relação a prisão preventiva decretada”.

Sobre o irmão do vereador, Sebastião Filho afirmou que: “Ficou esclarecido nos interrogatórios que o Valdereis não teve qualquer participação nos fatos”.

Denúncias sobre paradeiro de vereador

A Polícia Civil de Reserva segue com as investigações e pede a ajuda da população para a localização dos suspeitos do crime. Por isso, as denúncias podem ser pelo telefone (42) 3276-2389, por meio de denúncia anônima.

Vereador indiciado está no terceiro mandato

Zé Odílio ocupa o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora de Reserva, município de 24,5 mil habitantes, conforme o IBGE, e que tem 11 vereadores. O parlamentar está em sua terceira gestão como vereador. Além disso, entre 2019 e 2020, ele presidiu o Legislativo.

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