A Justiça Eleitoral derrubou, neste domingo (06), a liminar que censurava o Portal Plural de veicular reportagem sobre uma denúncia de coação feita pelo agora ex-superintendente de Tecnologia de Informação da Secretaria de Administração, Antonio Carlos Pires Rebello, contra servidores da prefeitura de Curitiba. O caso veio à tona na reta final da disputa pelo Palácio 29 de Março e pessoas da campanha de Eduardo Pimentel (PSD) acreditam que o este fato contribuiu também para a queda do vice-prefeito na intenção de voto — mostrado pela pesquisa Quaest.
A ação que “censurou” o portal foi movida pela coligação de Eduardo. A reportagem trazia detalhes de uma gravação em que o superintendente dizia estar repassando ordens de que cada funcionário teria de colaborar com a campanha comprando ingressos para um jantar promovido pelo diretório estadual do PSD. Cada “vale-jantar” no tradicionalíssimo restaurante Madalosso poderia custar entre R$ 750 a R$ 3 mil.
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O Plural foi o único veículo de comunicação que sofreu a censura sob a alegação de que o material estaria impactando negativamente na campanha de Eduardo. Os advogados afirmaram que as reportagens e postagens do Plural “estariam distorcidos fatos ao afirmar que o candidato Eduardo Pimentel teria coagido servidores da prefeitura municipal a realizar doação em favor de sua campanha”. Antes do debate da RPC, Eduardo se manifestou sobre o caso. Ele afirmou que é contra a censura e a campanha só entrou com a ação específica contra o portal de notícias , e não à todos os veículos que divulgaram reportagens sobre o tema, porque o Plural “teria publicado inverdades”.
No despacho, a desembargadora eleitoral Cláudia Cristina Cristofani, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), enfatiza que sua decisão em liberar a republicação do conteúdo “é medida necessária a fim de resguardar a liberdade de imprensa, também considerada sob o prisma da liberdade do cidadão de ter acesso a diversas fontes de dados”.
O coordenador-geral do Portal Plural, Rogério Galindo, disse hoje ao Blog Politicamente que a decisão que resultou em censura era perigosamente equivocada. “Confundir jornalismo com propaganda negativa pode levar a consequências muito graves para a democracia”, declarou.