O Tribunal de Justiça do Paraná formou a lista tríplice em sessão do Tribunal Pleno na manhã desta segunda-feira (11). Foram definidos os três nomes do Ministério Público que serão encaminhados ao governador Ratinho Junior (PSD) que vai escolher o(a) próximo(a) desembargador(a) do TJPR que vai ocupar a vaga aberta pela aposentadoria do desembargador Paulo Edison de Macedo Pacheco.
O promotor de Justiça Eduardo Augusto Salomão Cambi teve 101 votos, seguido da promotora Karina Anastácio Faria de Moura Cordeiro com 86 votos e José Américo Penteado de Carvalho com 77. Eram seis, três homens e três mulheres, os nomes que disputavam a indicação para a lista tríplice.
Cambi, que é o candidato do procurador-geral de Justiça Gilberto Giacoia e por isso favorito à vaga de desembargador, era de longe, dentre os seis candidatos, o mais novo na carreira no MP. Ele ingressou no órgão em agosto de 2004. A mais antiga era Maria Aparecida Mello da Silva Losso que iniciou a carreira em abril de 91 e ficou na etapa da lista sêxtupla.
É a segunda vez que os nomes de Karina Cordeiro e José Américo chegarão até à mesa do gabinete de Ratinho. Os dois foram preteridos pelo promotor Cláudio Smirne Diniz, que também era o candidato de Giacoia, que assumiu a cadeira em maio de 2021 com a aposentadoria do agora ex-desembargador Clayton Camargo.
Ao que tudo indica, o próximo desembargador deve ser Eduardo Cambi, já que o apoio de Giacoia costuma ser fundamental no processo de escolha do governador.
Paridade — Pelos corredores do MP, nenhuma surpresa com a votação de Eduardo Cambi. O que surpreendeu foi a presença de apenas uma mulher na lista tríplice. Apesar do movimento pela paridade de gênero no Poder Judiciário, a realidade é outra — conforme já mostrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) através da Resolução 255, assinada em 2018 pela então presidente ministra Cármen Lúcia, que instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário.
A única desembargadora oriunda do MP é Angela Khury, que assumiu o cargo em 2009. Depois dela, houve a indicação sucessiva de seis promotores/procuradores para o cargo de desembargador e nenhuma outra mulher. Para se ter uma ideia, as mulheres desembargadoras representa 18% da composição do Tribunal de Justiça.
E essa representatividade pode diminuir ainda mais. Estão previstas as aposentadorias de três desembargadoras em 2022: Maria Mercis Gomes Aniceto, Regina Helena Afonso de Oliveira Portes e Rosana Amara Girardi Fachin.