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Suplentes de Moro sobem o tom após julgamento no TSE

O advogado Luis Felipe Cunha e o empresário Ricardo Guerra são, respectivamente, o 1° e 2° suplentes do senador Sergio Moro (União Brasil). Ambos faziam parte do rol de investigados nas ações propostas pelo PT e PL rejeitadas ontem (21), por unanimidade, no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mais discretos, óbvio, com menos holofotes que o ex-juiz da Lava Jato, os suplentes extravasaram ontem após a proclamação do resultado na Corte Eleitoral. Ambos foram para as redes sociais para fazer uma espécie de desabafo e subiram o tom — contrastando com a postagem mais sóbria de Sergio Moro. As manifestações de Cunha e Guerra chegaram aos Palácios do Planalto e Iguaçu e a reação não foi das melhores.

O advogado postou e Guerra compartilhou o texto dizendo que na eleição de 2022 eles venceram dois adversários pesados: Álvaro Dias, que segundo Cunha teve apoio do PT, e Paulo Martins que teve como padrinhos o governador Ratinho Junior e o ex-presidente Jair Bolsonaro. De forma jocosa, o suplente chama o ex-deputado federal de “Paulinho Garupa”, pois ele “só fez campanha andando de carona em moto pilotada pelo ex-presidente”.

“Paulo mostrou-se um péssimo perdedor”, cita Cunha. “Já Álvaro, após trair Moro (e não o contrário, como ele diz por aí), reuniu apoios impensáveis e fez força hercúlea para evitar o inevitável. PERDERAM”, escreve em letras garrafais. “Um mês após a eleição, os MAUS PERDEDORES se uniram para tentar derrubar (no tapetão) a vontade do povo paranaense. Hoje, 21 de maio de 2024, ganhamos, de novo”, postou.

Te espero em 26 — Por fim, dos que “aos maus perdedores, ficam apenas votos de sucesso. Afinal, 2026 se avizinha e teremos novas eleições para o Senado e para o Governo do Estado. Espero vê-los disputando nas urnas, com a mesma veemência que disputaram no tapetão, o voto dos paranaenses”. A postagem, obviamente, rodou no zap dos políticos e chegou ao Palácio Iguaçu. Fontes palacianas estranharam a menção ao governador Ratinho Junior.

Mais contido, Moro escreveu numa rede social que os boatos sobre a cassação do foram exagerados e “foram respeitadas a soberania popular e os votos de quase dois milhões de paranaenses”. Após uma noite de sono, o ex-juiz da Lava Jato fez uma nova postagem nominando não só Paulo Martins, como Fernando Giacobo — presidente do PL no Paraná. Eles “tentaram, com mentiras, cassar o meu mandato de Senador e roubar o voto de quase 2 milhões de paranaenses. Fizeram o jogo do PT e insistiram na cassação mesmo contra os pedidos para que desistissem feitos pelo ex-Presidente Bolsonaro e por toda a bancada do PL no Senado”, escreveu.

Paulo Martins não mencionou nas ativas redes sociais qualquer mensagem sobre o julgamento de Moro. É sabido, porém, que não só ele, como outros candidatos, ensaiavam disputar uma eventual eleição suplementar — apostando na cassação de Moro. Nos bastidores já estava costurado o apoio de Bolsonaro e Ratinho ao Paulo Martins na vaga de Moro ao Senado.

Ricardo Barros, do PP, é outro que chegou a lançar a candidatura ao Senado na virtual vaga de Moro. Nesta quarta-feira (22), Barros, através da assessoria de imprensa, agradeceu os apoios recebidos à eventual eleição suplementar e anunciou sua pré-candidatura a deputado federal em 2026, quando concorrerá ao oitavo mandato na Câmara Federal.

Eleição Municipal — O resultado no TSE, com um placar de 7 a 0, impulsiona o capital político de Moro e é aguardada a participação dele nas eleições municipais de 2024 — principalmente em Curitiba, cujo pré-candidato do partido é o deputado estadual Ney Leprevost, e em Maringá (cidade natal do ex-juiz). Moro sai deste julgamento no TSE com mais força política do que entrou.

Mas fontes políticas de Brasília comentam que não é o fim da linha. Os oposicionistas apostam em duas frentes contra Moro — ambas remontam ao período em que ele era juiz da 13° Vara Federal de Curitiba e comandou a maior parte da operação Lava Jato. Uma é o inquérito no Supremo Tribunal Federal sob relatoria de Dias Toffoli que apura supostas irregularidades no âmbito de uma delação premiada negociada; e a outra o desdobramento da correição feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na Vara da Lava Jato que apontou suspeita de crimes graves.

Moro ganhou uma batalha, mas não a guerra. Sérgio Moro pensa sim em disputar a eleição de 2026 ao governo do Estado — ele não perde nada já que terá cumprido apenas metade do mandato na Câmara Alta. Mas resta saber com qual capital político ele chegará em 26.

 

Foto: Reprodução Redes Sociais

 

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