Termina nesta sexta-feira (21) o prazo para Rafael Greca dar uma resposta sobre o convite para assumir a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável. Este foi o combinado com o governador Ratinho Junior. E a resposta será positiva para o Palácio Iguaçu — é o que garante quase uma dezena de fontes ouvidas pelo Blog Politicamente.
A partir daí, com a resposta de Greca, o governador destrava a reforma e começa a mexer nas outras peças para completar o novo time do secretariado. Está praticamente definido que Leonaldo Paranhos, que deixou a prefeitura de Cascavel, vai assumir o Turismo — no lugar de Márcio Nunes que já limpou as gavetas e já se debruça na lista de cargos disponíveis na pasta da Agricultura.
Outro nome cotado para o 1º escalão é o de Ulisses Maia, ex-prefeito de Maringá, que pode pintar no Planejamento. Tem ainda uma relação extensa da “prefeitada” que ajudou Ratinho nas eleições de 18 e 22 que não serão esquecidos, mas serão abrigados em cargos do 2º escalão.
Faltava o sim de Rafael Greca, que será oficializado nesta sexta. O ex-prefeito de Curitiba já sinalizou para pessoas próximas que vai aceitar o convite. Mantém o suspense, mas vai responder positivamente para Ratinho. Contou à favor também o bom relacionamento com a secretária do Meio Ambiente de Curitiba, Marilza Dias.
É bem verdade que não era o que Greca queria. Ele buscava a secretaria das Cidades — que está sendo guardada para Guto Silva numa sinalização de que o atual secretário do Planejamento pode ser ungido sucessor de Ratinho em 26.
Mas diante da possibilidade de um cenário de ostracismo, Rafael Greca pensou de forma pragmática. Vai assumir a Sedest para tentar viabilizar sua candidatura ao Iguaçu principalmente no interior — e a futura pasta lhe permite isso. Ao mesmo tempo, o ex-prefeito de Curitiba sai desta negociação ciente que está longe de ser a primeira opção de Ratinho para a disputa do governo no ano que vem — embora esteja no mesmo PSD do governador.
“Ganha-ganha”
O mandato como secretário do Desenvolvimento Sustentável tem prazo de validade. Em abril, Greca deixa o governo para disputar a eleição de 26 — seja como cabeça de chapa na disputa pelo Iguaçu seja em outra posição. Estarão em jogo, além da vaga de governador, a de vice, duas ao Senado, 30 cadeiras na Câmara Federal e outras 54 na Assembleia Legislativa.
Portanto, o panorama que se desenha é o seguinte: Rafael Greca vai usar Ratinho para ganhar capital político no interior do Estado. Ao mesmo tempo, o governador vai usar o ex-prefeito para “mantê-lo sob controle” e evitar a antecipação de um rompimento político com um ex-prefeito que deixou o Palácio 29 de Março com mais de 70% de aprovação — dentro do maior colégio eleitoral do estado.
É uma relação, agora, de ganha-ganha. Em abril de 26 tudo deve mudar. Sem espaço no PSD, Greca deve buscar novos ares e Ricardo Barros, mandachuva do PP, estará com o tapete vermelho estendido para o ex-prefeito.
Uma frase dita pelo folclórico jogador de futebol Vampeta, no ano de 2001, exprime bem a relação que será estabelecida por Rafael Greca e Ratinho a partir do anúncio do novo time de secretários. Na época, quando o atleta jogava no Flamengo e reclamava do atraso dos salários, ele soltou. “Eles fingem que pagam, eu finjo que jogo”.
Vai ser mais ou menos assim.