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A Sanepar realiza agora no mês de outubro uma Assembleia Geral que prevê mudanças no estatuto da empresa. A principal delas é a criação de uma nova diretoria: a de Inovação e Novos Negócios. Caso seja aprovada, como tudo leva a crer que sim, a companhia passará a ter nove diretores.
O Blog Politicamente apurou que, embora ainda não esteja formalmente criada, o governo já tem um nome para assumir a Diretoria de Inovação e Novos Negócios da Sanepar — que “tem a finalidade de proporcionar alinhamento com a estratégia da empresa, com sua visão de futuro, possibilitando aumento de receita, garantia da perenidade, modicidade tarifária e mitigação de riscos”.
Almirante na Sanepar — O nome mais cotado é do ex-diretor-geral da Itaipu Binacional, almirante Anatalicio Risden Junior, que foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em fevereiro de 2022.
Ao contrário do que inicialmente seria normal pensar, o Capitão Bolsonaro nada tem a ver com a possível indicação do almirante para a diretoria a ser criada pela Sanepar. De acordo com uma fonte do Blog Politicamente, o nome do almirante Anatalicio pode ter relação direta com o vice-governador Darci Piana.
Mudança no Conselho — Além da nova diretoria, a Sanepar ainda vai votar a entrada de João Biral Junior, amigo pessoal e uma das pessoas mais próximas do governador Ratinho Junior, no conselho de administração da companhia. Ele recentemente foi nomeado como diretor administrativo do BRDE. Biral, caso seja aprovado na Assembleia Geral, vai deixar o cargo no comitê de Elegibilidade da Sanepar. Para o lugar dele, o indicado é José Eduardo Bekin — atual Diretor-Presidente da Invest Paraná que é vinculada a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços.
Alerta de Spoiler — O novo estatuto da companhia indica ainda, dá um spoiler, dos planos futuros do governo para a companhia — que pode ou não vir a se realizar. Um artigo, em especial, chama a atenção. O que versa da “saída da Companhia do Nível 2 de Governança Corporativa”. Cita o artigo que “o Acionista Controlador deverá efetivar oferta pública de aquisição das ações pertencentes aos demais acionistas da Companhia, no mínimo, pelo respectivo Valor Econômico, a ser apurado em laudo de avaliação”.
Para logo em seguida, registrar que “o Acionista Controlador estará dispensado de proceder à oferta pública de aquisição de ações referida no caput deste artigo se a Companhia sair do Nível 2 de Governança Corporativa em razão da celebração do Contrato de Participação da Companhia no segmento especial da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão denominado Novo Mercado (“Novo Mercado”) ou se a companhia resultante da reorganização societária obtiver autorização para negociação de valores mobiliários no Novo Mercado no prazo de 120 (cento e vinte) dias contados da data da Assembleia Geral que aprovou a referida operação”.
Novo Mercado — Novo Mercado é o status que se dá às empresas listadas na Bolsa de Valores e que alcançaram um altíssimo nível de transparência e governança corporativa. O governo tentou fazer isso com a Copel, mas a pedido do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), vinculado ao Governo Federal, o processo foi interrompido e retirado da pauta da Assembleia Geral da Copel. Na época, o BNDES justificou que a movimentação levaria a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários da empresa.
Esta questão do Novo Mercado não está em discussão nesta Assembleia Geral que será realizada dia 18 de outubro. Estas alterações foram propostas e aprovadas em 2020, pouco tempo antes da eclosão da pandemia da Covid-19. O principal ponto que chamou a atenção foi o desdobramento das ações de emissão da Sanepar: cada uma ação foi desdobrada em três, assim como as Units — que são constituídas por mais de uma classe de ações.
Conta uma boa fonte que leu de fio a pavio o estatuto a ser votado na próxima Assembleia Geral da Sanepar que a companhia está pronta para virar uma corporação — nos mesmos moldes da Copel.