Menos de dois meses depois de assumir um cargo em comissão na Casa Civil, e ser designada para trabalhar junto à Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Seic) do Paraná, chefiada por Ricardo Barros (PP), Christiane Yared está de volta ao cenário político de Curitiba — após um longo inverno. A ex-deputada federal assume a pasta a partir desta quarta-feira (4) após o pedido de férias do titular.
Yared estava “sumida”. Ela foi eleita com mais de 200 mil votos para Câmara Federal em 2014, se tornando a campeã de votos naquela eleição, com o mote de “190km/h é crime” — em defesa das questões relacionadas ao trânsito em virtude da morte do filho, Gilmar Yared, de 26 anos, em acidente provocado em 2009 pelo ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. No pleito seguinte, em 2018, ela obteve pouco mais de 107 mil votos e essa desidratação culminou com os 31.188 votos na urna em 2022.
Ao deixar Brasília, Christiane Yared foi nomeada pelo prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, para o cargo de secretária municipal de Gabinete Institucional — assumindo a pasta que era comandada por Amanda Roque, a primeira-dama da cidade. Yared chegou a ser a aposta de Marcelo Roque para sucedê-lo na prefeitura em 2024, mas a pré-candidatura não vingou. No mesmo dia em que ela foi exonerada em Paranguá, Yared foi nomeada na Casa Civil — sendo designada para a secretaria de Ricardo Barros.
PP x PSD nas principais e maiores cidades
O afastamento do mandachuva do PP do governo de Ratinho Junior não é para descanso. Pelo contrário. Ricardo Barros vai entrar de cabeça nas eleições municipais de 2024 e correr o trecho para turbinar candidaturas estratégicas postas no xadrez político montado por ele tanto para 2024 quanto para 2026 no Paraná. São 138 candidatos a prefeito e 118 a vice do PP espalhados pelo Paraná.
Nas principais e maiores cidades do estado, Ricardo Barros “posicionou” seus candidatos contra as escolhas feitas pelo Palácio Iguaçu — exceto em São José dos Pinhais, onde o PP acabou ficando de fora da disputa. Em todas as outras, haverá um enfrentamento entre PP e o PSD de Ratinho nas urnas.
Em Maringá, que é o reduto eleitoral dos Barros, o PP vai com Silvio Barros contra Edson Scabora (PSD), dentre outros candidatos. Na Cidade Canção, obviamente, Ricardo Barros trata a eleição como prioridade zero. E há outras apostas. Na cidade de Foz do Iguaçu, Barros apostou suas fichas no ex-prefeito Paulo Mac Donald. Já o Iguaçu vai empenhar suas forças no general Joaquim Silva Luna, do PL. Em Cascavel, o nome do PP é Márcio Pacheco, enquanto que Ratinho vai apoiar Renato Silva — vice do prefeito Leonaldo Paranhos.
Em Londrina, segundo maior colégio eleitoral do estado, Ratinho vai com Tiago Amaral (PSD) e o PP tem a ex-secretaria municipal de Educação, Maria Tereza, como candidata — apoiada também pelo prefeito Marcelo Belinati. Na Princesa dos Campos, enquanto o PP está coligado com Mabel Canto, do PSDB, Ratinho vai apostar todas suas fichas em Marcelo Rangel (PSD). Já em Curitiba, o Progressistas decidiu lançar candidatura própria,”puro sangue”, com Maria Victoria. E o candidato do governador é Eduardo Pimentel.
O desempenho do PSD e do PP as urnas em outubro, seja no primeiro ou no segundo turno, vai calibrar as forças políticas para a eleição de 2026 — principalmente na disputa pelo Palácio Iguaçu.