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Na terça-feira passada, no período da tarde, o comandante-geral da Polícia Militar, Sérgio Almir Teixeira, adentrava o prédio administrativo da Assembleia Legislativa, acompanhado de quase uma dezena de coronéis. A “tropa” se dirigiu para a sala da presidência onde participaria de uma reunião com deputados governistas.
A sessão plenária transcorria normalmente. O secretário da Fazenda, Renê Garcia, apresentava, durante uma audiência pública, os resultados contábeis do primeiro quadrimestre de 2023.
Na sala da presidência da Assembleia Legislativa, deputados governistas, alguns oriundos das fileiras da PM, se reuniam com o comando da instituição. O presidente da Casa, Ademar Traiano, não participou do encontro, apenas cedeu a espaçosa sala. Ele ciceroneava o secretário da Fazenda no plenário.
Sérgio Teixeira buscava uma saída política para um problema que deveria ser tratado e resolvido na caserna. Mas sem enxergar soluções e pressionado por parte da tropa, o então comandante-geral da PM foi em busca de ajuda dos deputados para intercederem junto a Secretaria da Segurança Pública e ao Palácio Iguaçu no projeto de reestruturação de algumas carreiras do Estado — que deve chegar muito em breve na Assembleia.
O texto desta proposta que ainda está sendo rascunhado não veio à público. Mas alguns que passaram os olhos sobre a reestruturação das polícias indica uma “diferença consubstancial” no reajuste que será proposto aos policiais civis quando comparado com os militares. Aí está o cerne do descontentamento da PM.
No Palácio Iguaçu, conta uma boa fonte, a “gota d’água não foi a reunião com os governistas na Alep, “embora ela tenha contribuído e muito”. Mas sim do comandante-geral ter avançado as instâncias políticas. “Ele não veio na Casa Civil, no Palácio Iguaçu. Não sei nem se tentou resolver internamente na Sesp. Foi direto na Assembleia. A política não funciona assim”, diz a fonte, citando que alguns palacianos entenderam como uma insubordinação.
Ontem, no meio da tarde, o governador Ratinho Júnior anunciou a troca do comando da PM, exonerando Sérgio Almir Teixeira e alçando o coronel Jefferson Silva ao maior posto da carreira da Polícia Militar do Paraná — que ocupava a chefia de gabinete da instituição. Nenhuma palavra sobre o trabalho do antecessor.
A grande dúvida que paira agora é se haverá mudança no texto no que diz respeito a reestruturação das carreiras dos agentes de segurança do Estado. Alguns coronéis que conversaram com o Blog Politicamente estão na caserna, aguardando a decisão do governo. Associações dos PM`s também observam o desfecho do caso que derrubou o comandante-geral da instituição.