Ratinho quer sensibilizar Bolsonaro para trazer PL para Eduardo Pimentel

Encerrada a missão pelos Estados Unidos, o governador Ratinho Junior vai entrar de cabeça nas articulações políticas que envolvem as eleições municipais no Paraná. O foco será trabalhar para eleger aliados nas principais cidades do Estado — até porque, o prefeito eleito em 2024 é o que vai apoiar Ratinho em 2026, seja qual for o destino político do chefe do Poder Executivo.

Uma das prioridades de Ratinho será convencer o ex-presidente da República Jair Bolsonaro a liberar o PL para apoiar Eduardo Pimentel na eleição para a prefeitura de Curitiba. Durante o feriado de Carnaval, vazou um áudio de Bolsonaro em que ele diz que vai vetar apoio do PL aos candidatos do PSD nas eleições municipais em todo o país.

O motivo da rejeição momentânea do Capitão é com relação aos rumos que o PSD está tomando em nível federal. A aproximação do partido de Gilberto Kassab com o governo petista do presidente Lula tem irritado bastante o ex-presidente. O caldo entornou depois que deputados e senadores do PSD votaram, todos eles, pelo indiciamento de Bolsonaro na CPMI do 8 de janeiro.

Distensionar — Esta tensão entre o PSD e o Capitão atrapalha e muito os planos dos estrategistas da campanha de Eduardo Pimentel que ainda esperam contar com o PL na ampla aliança que está sendo costurada. Mais que isso. Contam com Bolsonaro na campanha — presencialmente, andando por Curitiba, ou, pelo menos, virtualmente através de vídeos para disseminação entre bolsonaristas nas redes sociais com declaração de apoio. Isso, claro, se Bolsonaro não estiver em maus lençóis.

É preciso considerar ainda os “atributos” que o PL terá em 2024. Dono da maior bancada na Câmara Federal, o partido de Bolsonaro vai abocanhar a maior fatia do fundo eleitoral — pouco mais de R$ 860 milhões, sem falar no bom tempo de rádio e tv.

Caberá ao governador reconstruir a ponte com Bolsonaro, mas com foco específico no Paraná. Os estrategistas de Eduardo Pimentel nem pensam em concorrer contra um candidato do PL em Curitiba — já que o ex-presidente brada que o partido terá candidato próprio em todas as capitais. É justamente neste vácuo que o deputado estadual Ricardo Arruda anunciou que é pré-candidato a prefeito de Curitiba, apesar dos gravosos processos na Justiça paranaense.

Conta uma boa fonte do Blog Politicamente, que o deputado federal Filipe Barros já se reuniu com Eduardo Pimentel e um dos seus principais conselheiros para tratar sobre a eleição de outubro. Até o veto imposto por Bolsonaro, a conversa estava bem costurada, sem óbice algum para uma futura aliança. Homem de confiança de Bolsonaro, Filipe Barros vai deixar, por ora, o assunto em stand by. Mas a palavra final será de Bolsonaro.

Rumos — O impasse entre PL do Paraná e Eduardo Pimentel  tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro. Se Ratinho conseguir convencer o ex-presidente, o PL vai andar de mãos dadas com o atual vice-prefeito. Mas se Bolsonaro continuar com a birra com o PSD, o PL talvez tenha que lançar candidato na capital do Paraná. Ruim tanto para o PL, que lançaria uma candidatura sem muita densidade eleitoral, péssimo para Eduardo Pimentel e Ratinho Junior e excelente para a esquerda que veria mais um candidato da direita disputar as eleições — podendo assim dividir o eleitorado.

Diz a fonte, que essa animosidade de Bolsonaro com o PSD não deve e não pode prosperar em todo o país. A expectativa é que haja exceções pontuais — de acordo com a realidade política de cada estado. O Capitão tem o Estado do Paraná como uma espécie de porto seguro e não faltarão emissários do Palácio Iguaçu para tentar sensibilizar o coração do ex-presidente da República.

 

Foto: Rodrigo Felix Leal/AEN

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