A disputa interna no PSD do Paraná para sucessão de Ratinho Junior ao governo do Estado em 2026 que já está quente nos bastidores deve inflamar mais ainda. Em entrevista nesta terça-feira à rádio Jovem Pan, o governador cravou que vai apoiar uma candidatura do PSD.
No atual cenário, a declaração foi muito bem recebida por pelo menos quatro políticos que se postam como pré-candidatos ao Palácio Iguaçu, todos do partido do governador, no pleito do ano que vem: Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa, Darci Piana, vice-governador, Guto Silva, atual secretário das Cidades, e o ex-prefeito Rafael Greca. Ratinho, durante a entrevista, acrescentou mais um nome: o de Sandro Alex, secretário de Infraestrutura e Logística.
O governador, portanto, acaba descartando o apoio à candidaturas de outras legendas, como, por exemplo, do senador Sergio Moro que hoje está no União Brasil e pretende disputar o Palácio Iguaçu.
“(O sucessor) será do PSD. É o que eu quero. Não é só ser do PSD, é continuar um método que deu certo. Criamos o método Paraná, método PSD que é um modelo de gestão que deu certo na educação, no maior programa de casa própria do Brasil, de resgatar o turismo do Estado de tirar as grandes obras do papel, como a Ponte de Guaratuba. Criamos uma estratégia de desenvolvimento do Estado. Nós vamos ter só das concessões (rodoviárias) nos próximos sete anos quase 60 bilhões em obras. O DNIT, para se ter uma ideia, que cuida da manutenção de todas as rodovias do Brasil, tem orçamento que gira em torno de R$ 8 bilhões. Nós vamos ter o orçamento do DNIT no Estado, fora o dinheiro do caixa do Estado”.
E durante a entrevista, Ratinho deu uma pista das qualidades no perfil que ele busca para sucessão no governo do Paraná: capacidade de liderança e diálogo.
“Entendo que tem que ter um preparo técnico, uma mesma visão de projeto de Estado, capacidade de liderar um time porque eu não faço nada sozinho. O grande louro do nosso governo foi ter construído um ambiente harmônico entre os atores políticos e os poderes, que não ficaram submisso à mim, nós nos sentamos à mesa e pensamos juntos”, disse Ratinho e, em seguida, exemplificou.
“No Covid nos fomos o único estado que os poderes e órgãos de fiscalização devolveram dinheiro para o Estado, não existe isso no Brasil. E por que? Porque existe uma relação de confiança, de credibilidade, de respeito. Quem tiver esta capacidade de liderar isso, obviamente tem vantagem, mas é preciso também tem que ter o aval da população”, citando também que será necessário mensurar a performace de caad um nas pesquisas de intenção de voto.
Ratinho elogiou os cinco nomes do PSD, que podem vir à disputar o Iguaçu, e repetiu a tônica de que deseja que o sucessor mantenha a diretriz do seu governo. “Meu compromisso é ter uma candidatura do PSD, por causa, obviamente, do trabalho que foi construído. Se o Estado tiver a oportunidade de ter duas gestões de 8 anos na mesma pegada, na mesma organização, pode anotar aí, o Paraná em 10 ou 15 anos passa Minas Gerais no PIB. Nós estamos já dobrando o PIB do Paraná, eu peguei com R$ 400 bilhões e vou entregar com mais de 800 bilhões de PIB, isso em 7 sete anos”.
O governador ainda afastou a possibilidade, comentada nos bastidores do Centro Cívico, de indicar um sucessor aliado e fiel que lhe permita voltar em 2030, caso o projeto presidencial em 2026 não decole. Quando questionado, Ratinho descartou a estratégia. “A vida da gente é ciclo. Eu acho que fiz minha parte. Nunca na política podemos falar que nunca mais, mas acho que estou cumprindo minha missão no Estado. Eu quero contribuir como cidadão, na iniciativa privada ou de outra formas, mas acho que minha missão esta sendo cumprida”.