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Ratinho diz que pacote fiscal de Lula não resolve o problema: “É economizar palito em banquete”

“Esse pacote, quando chega a um olhar de R$ 30 bilhões de corte, é economizar palito em banquete”. A analogia foi feita pelo governador do Paraná, Ratinho Junior, durante entrevista à CNN nesta quinta-feira (19), ao comentar e criticar o Pacote Fiscal proposto pelo governo do presidente Lula que está sendo discutido no Congresso Nacional. Ratinho aproveitou à ida a São Paulo, onde participou do leilão do lote 6 das rodovias do Paraná na Bolsa de Valores, para conceder à entrevista.

Foto: Reprodução CNN

As medidas para contenção de gastos foram muito mal recebidas pelo mercado financeiro e fez o dólar escalar, chegando a R$ 6,30 ao longo do dia. A moeda americana acabou fechando nesta quinta em R$ 6,12 depois de uma virulenta intervenção do Banco Central que fez leilões com a venda de US$ 8 bilhões para conter a desvalorização do real — maior injeção da moeda americana desde 1999.

Para Ratinho Junior, o corte de gastos não faz frente à previsão de déficit primário de mais de R$ 100 bilhões em 2025 — o que, segundo o governador do Paraná, afugenta investidores que vão em busca de segurança econômica. Ratinho relembra que em 2022, antes mesmo de Lula tomar posse como presidente da República, foi apresentada uma proposta para o Congresso Nacional para ampliar em R$ 200 bilhões o gasto do orçamento do país.

“Quer dizer, já foi um sinal muito ruim para o setor macroeconômico do país. E o que os investidores querem é ter a segurança que um país vai ter condições de honrar os seus compromissos. Os investidores, de modo geral, no mundo inteiro, são muito cautelosos. Então se o governo não passa a segurança de que ele vai ter a condição de honrar os seus compromissos, naturalmente ele vai investir em outro país, vai olhar outro continente e vai acabar indo embora do Brasil”.

O governador do Paraná defende um pacote mais robusto, com corte de gastos mais agressivos, que possa trazer segurança aos investidores e à população brasileira e acalmar o mercado. “Então, o que nós lamentamos é não ter tido um pacote mais robusto para trazer ou tirar essa insegurança dos investidores e trazer tranquilidade para nossa população”, acrescentou.

Ratinho respondeu também sobre o posicionamento político do PSD como aliado do governo Lula — comandando três ministérios. Apesar dos espaços ocupados na Esplanada dos Ministérios, Gilberto Kassab, principal cacique do PSD, flerta com a possibilidade de romper com o petista e lançar candidato na eleição de 26 — turbinado após o bom desempenho do partido nas eleições municipais.

O governador paranaense defende que o PSD assuma o protagonismo na eleição de 26. “Eu defendo que o partido tenha um protagonismo e possa, de alguma maneira, apresentar opções para a sociedade. A democracia precisa disso, precisa de boas opções”. Ratinho disse ainda que há dois anos defendeu um posicionamento de independência do PSD, sem ocupar ministérios no governo Lula, mas que foi voto vencido — e que mantém a ideia para 2026.

“Eu entendo que o PSD deveria já lá atrás não ter assumido nenhum tipo de cargo e ter uma posição de independência e ajudar o Brasil naquilo que é importante nas votações que são importantes. País. Mas enfim, foi voto vencido, você tem uma bancada muito grande, mas existe sim uma discussão de como o partido vai se posicionar. A minha posição é que ele pudesse estar independente para apresentar uma proposta de Brasil”.

Movimentos de Tarcísio e Caiado beneficiam Ratinho

Ratinho, que tem se colocado como uma opção do PSD ao Palácio da Alvorada em 2026, deve acelerar ainda mais a agenda nacional — principalmente, após os movimentos de dois “adversários”, ambos representantes da direita: o anúncio público do governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, de que concorreria à reeleição e 2026; e a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás que condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por abuso de poder político — deixando-o inelegível por oito anos, portanto fora da disputa em 26. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Confirmadas as ausências de Tarcísio e Caiado na eleição de 2026, somada a manutenção da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), abre-se um bom cenário para que Ratinho Junior busque esta unção da direita para enfrentar o presidente Lula.

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