Ratinho deve tratar da eleição de Curitiba em encontro hoje com Bolsonaro

O governador Ratinho Junior está em Brasília para uma série de reuniões agendadas — uma delas com o ministro da Fazenda Fernando Haddad sobre proposta de um novo Regime de Recuperação Fiscal para que os estados. Ratinho deve se encontrar ainda com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Arthur Lira que presidea Câmara Federal.

Mas tem uma reunião que está fora da agenda oficial e pode ter reflexo direto na eleição de Curitiba. Ratinho vai se encontrar nesta segunda-feira (25) com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Blog Politicamente apurou que a audiência foi pedida pelo governador Ratinho Junior. Será um encontro para aparar algumas arestas na relação com o Capitão — a ausência na manifestação convocada por Bolsonaro na Avenida Paulista deve ser um dos temas, assim como a ligação cada vez mais próxima do PSD com o governo Lula.

Uma das estratégias do governador deve ser nacionalizar a questão sobre o PSD e Lula para tentar distanciar a relação com Bolsonaro. O objetivo central de Ratinho neste encontro com Bolsonaro é atrair o PL para a aliança do pré-candidato a prefeitura de Curitiba Eduardo Pimentel. Conta uma boa fonte do Blog Politicamente que uma das possibilidades que pode ser colocada na mesa, durante a conversa com o Bolsonaro, é atrair o PL para a pré-campanha de Eduardo Pimentel ou até colocar Paulo Martins, hoje pré-candidato do PL na eleição, como vice.

Em Brasília com Ratinho — Inclusive, Paulo Martins, que hoje ocupa um cargo de assessor especial no gabinete do governador, estaria com Ratinho em Brasília para dar o aval em toda esta negociação politica.

Atrair o PL para a aliança de Eduardo Pimentel é fundamental para os planos desenhados nos palácio Iguaçu e 29 de Março. As duas pesquisas eleitorais registradas na Justiça Eleitoral com o cenário da disputa pela prefeitura de Curitiba trazem uma acirrada disputa, mais que isso, mostram uma proliferação de pré-candidaturas do campo da centro direita — o que pode provocar uma diluição dos votos. Ao ponto que, a esquerda se mobiliza para formar uma frente ampla em torno do nome de Luciano Ducci (PSB).

Muita gente do lado de cá — No campo da direita em Curitiba, o cenário mostra o próprio Eduardo Pimentel, Ney Leprevost do União Brasil, Paulo Martins do PL e uma candidatura lavajatista hoje representada por Deltan Dallagnol do Novo — que vai ter pela frente o desafio de conseguir registrar a candidatura na Justiça Eleitoral. Ainda tem Beto Richa, do PSDB, que já pendeu para a esquerda e, mais recentemente, flertou com a extrema direita ao quase se filiar ao PL de Bolsonaro.

Com tantos candidatos da direita, a estratégia no bunker de Eduardo Pimentel é tentar atrair alguns destes pré-candidatos para a campanha do vice-prefeito. Ney Leprevost, que já abriu conversas com marqueteiros, agências de publicidades e até gráficas, dão a entender que ele não vai abrir mão da disputa. Deltan promete levar até as ultimas consequências, leia o Tribunal Superior Eleitoral, a sua candidatura. Quanto a Beto Richa, o entendimento é de ainda não abrir conversas — em função da rejeição do tucano junto ao eleitorado curitibano — embora as últimas pesquisas tenham mostrado um arrefecimento.

Aliado ideal — O PL de Bolsonaro é tido como parceiro ideal da pré-candidatura de Eduardo Pimentel. Além do bom tempo de rádio e televisão e um gordo fundo eleitoral, os estrategistas das mais diferentes nacionalidades da campanha do vice-prefeito apostam no bom relacionamento de Ratinho com Paulo Pimentel — amigo pessoal da família Massa. Não veem portanto motivo para Martins declinar do convite da vice.

Tudo, obviamente, vai depender do ânimo e o aval de Bolsonaro. A ida de Paulo Martins não é por acaso. Desde o episódio envolvendo a quase filiação de Beto Richa, Paulo Martins se colocou como pré-candidato a prefeitura de Curitiba — embora ainda permaneça dando expediente no gabinete do governador no 3° andar do Iguaçu.

Fator Michele — Uma coisa conta a favor de toda esta movimentação e negociação encabeçada por Ratinho Junior: a vontade de Bolsonaro de lançar a esposa, Michele Bolsonaro, numa eventual eleição suplementar ao Senado Federal — caso o senador Sergio Moro sofra um revés no TSE no processo movido pelo PT e pelo PL que o acusa de abuso de poder econômico na campanha de 2022, o que é refutado pelo ex-juiz da Lava Jato.

Com Paulo Martins de vice de Eduardo Pimentel e Moro cassado, Ratinho garante a Bolsonaro uma eleição tranquila de Michele Bolsonaro ao Senado com a promessa de conter o ímpeto de aliados de disputar a eleição suplementar.

 

Foto: Rodrigo Felix Leal/AEN

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