O governador Ratinho Junior aguarda só a decisão de Rafael Greca para anunciar as mudanças na equipe de secretários de Estado — o que ele espera fazer na próxima segunda-feira (24). O ex-prefeito de Curitiba deve dar uma resposta ao governador nas próximas horas. A partir da resposta de Greca, Ratinho vai terminar de montar as últimas peças do quebra cabeça.
Em entrevista à imprensa na manhã desta quinta-feira (20), durante um evento no Parque do Passaúna, em Curitiba, o governador fez um afago ao ex-prefeito de Curitiba ao dizer que espera contar com “o amigo” no time de secretários. Ratinho e Greca se encontraram pessoalmente — atendendo ao desejo do ex-prefeito de Curitiba que, durante a reunião com João Carlos Ortega, chefe da Casa Civil, externou a insatisfação de não conversar diretamente com o governador.
O governo ofereceu três secretarias para Rafael Greca escolher uma delas: a de Desenvolvimento Sustentável, Turismo e Cultura — o que foi prontamente recusada no encontro com Ortega. O ex-prefeito deseja a Secretaria das Cidades — hoje considerada estratégica para quem tem planos de disputar o Palácio Iguaçu em 2026.
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Entrevista de Greca provoca desconforto no Iguaçu em meio a negociação do secretariado
Rafael Greca já manifestou desejo de disputar o Iguaçu e numa entrevista à RIC TV, que pegou bastante mal junto aos palacianos, não só reforçou o desejo de governar o Paraná como afirmou que “tem possibilidade de ser candidato sem entrar em governo algum” — declaração avaliada como péssima e fora do timing por pessoas do entorno do ex-prefeito.
Com a caneta cheia, o titular da Cidades constrói um projeto político junto aos prefeitos do interior mediante a distribuição de recursos. No entanto, dentro do planejamento desenhado por Ratinho, a tendência é que Guto Silva, hoje no Planejamento, assuma a função. Seria um recado sobre a sucessão aos demais pretendentes ao Iguaçu — embora Ratinho tenha dado liberdade aos demais correligionários para viabilizar suas candidaturas ao governo.
Greca tampouco Ratinho desejam um rompimento político. Não só porque o ex-prefeito de Curitiba pode mudar de trincheira e se aventurar em 26 à frente de uma frente ampla de centro-esquerda contra o sucessor escolhido pelo governador, mas pelo receio, já externado ao Blog Politicamente por alguns palacianos que enxergam longe, de Rafael Greca tentar retornar à prefeitura de Curitiba em 28 — atrapalhando toda uma estratégia de projeto político desenhado por algumas poucas mentes.
Rafael Greca é apenas uma peça deste quebra cabeça, mas tem muitos ex-prefeitos aguardando um espaço no Iguaçu. Ulisses Maia, que comandava a prefeitura de Maringá e Leonaldo Paranhos (Cascavel) estarão na prateleira de cima — ou seja, no 1º escalão.
Já outros ex-prefeitos aliados do governo devem ser nomeados em cargos de menos destaque e a lista é extensa: Tauillo Tezelli (Campo Mourão), Márcio Rauber (Marechal Cândido Rondon), Sérgio Onofre (Arapongas), Roberto Justus (Guaratuba),
Gerson Colodel (Almirante Tamandaré) e Cleber Fontana (Francisco Beltrão).