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Quem será o Joe Biden de Curitiba?

Por Karlos Kohlbach

Crescem os rumores no entorno do Centro Cívico de que a semana será marcada pela desistência de um pré-candidato na corrida pela disputa da prefeitura de Curitiba. Independentemente do nome, quem abandonar o pleito corre o risco de receber a pecha de “Joe Biden de Curitiba” — numa alusão à decisão do presidente dos Estados Unidos de renunciar ao projeto de reeleição na Casa Branca.

 

Fotos: Divulgação Redes Sociais/Alep/Senado Federal

Depois do Ney Leprevost, do União Brasil, ter resistido às ofertas tentadoras feitas pelos palácios Iguaçu e 29 de Março, a semana promete um paredão triplo — podendo ter mais de um “eliminado” da disputa em Curitiba. Restando uma semana para o fim do prazo das convenções partidárias, as apostas se concentram em três nomes: Beto Richa (PSDB), Maria Victoria (PP) e Roberto Requião (PMN).

Dois nomes da centro direita, Beto e Maria Victoria, e Requião mais alinhado à esquerda. A estratégia é simples. Com cinco candidatos da direita, as contas não estão fechando. O time do governador Ratinho Junior e do prefeito Rafael Greca/Giovani Gionédis fizeram de tudo para tentar tirar Ney. Não conseguiram. As ofensivas vão partir para cima do tucano e de Maria Victoria.

No nanico PMN, Roberto Requião tem sofrido com a dificuldade de montar uma aliança minimamente competitiva. O convite para Andrea Caldas embarcar como vice na chapa do ex-governador naufragou e o Psol confirmou a pré-candidatura dela. Sem tempo de rádio e TV e com R$ 3,4 milhões de fundo eleitoral para atender todo o país, Requião pode jogar a toalha — embora persista a máxima de que ele “não tem nada a perder”.

A saída de Requião da corrida eleitoral é vista e acompanhada com bons olhos tanto pela esquerda quanto pelos estrategistas de Eduardo Pimentel — candidato oficial da prefeitura e do governo do Estado. O raciocínio é o seguinte. Se Requião se transformar no Biden de Curitiba, as chances de Luciano Ducci carimbar o passaporte para o 2º turno crescem — com a esquerda unida em torno da candidatura do PSB/PDT/PT. “Basta” o PT repetir o desempenho de 2022 nas urnas, quando Lula alcançou o porcentual de 35,22%.

Os estrategistas dos palácios preferem encarar o “candidato de Lula” no 2º turno — ao invés de Ney para polarizar com o escolhido por Bolsonaro, apostando num perfil de eleitorado em Curitiba mais conservador. Até porque, se der PSD x União num eventual 2º turno, a esquerda dificilmente escolheria o candidato de Ratinho. Por isso, a saída de Requião do páreo é bem vista tanto pela esquerda quanto pela direita. Falta só combinar com o resiliente Roberto Requião.

 

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