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Quase todos ganharam com a votação da Câmara de Curitiba

Depois de longas seis horas de sessão, todo mundo ganhou após a votação na Câmara Municipal de Curitiba — uns mais, outros menos.

Os vereadores da base governista do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), aprovaram sem sustos, o projeto de lei que cria um novo plano geral de cargos e salários para os servidores municipais.

O avanço das carreiras estava congelado desde 2017, quando a prefeitura fez o ajuste fiscal na polêmica sessão que teve de ser realizada, por questões de segurança, na Ópera de Arame. O que se viu hoje, apesar da mobilização, nem de perto remonta ao mais tranquilo dos dias daquele ano.

O descongelamento com projeto de lei do Executivo municipal, portanto, era um anseio do funcionalismo e, embora as categorias reivindicassem mais durante a negociação, a aprovação do novo plano de cargos e salários agradou aos servidores.  A consequência da votação na Câmara Municipal foi o fim da greve dos professores de Curitiba — após cinco dias de paralisação.

O texto avalizado pelos vereadores é diferente do originalmente proposto pela Prefeitura de Curitiba e contempla avanços conquistados pela mediação do Legislativo, como percentuais maiores para os crescimentos horizontal e vertical, respeito aos afastamentos por doença grave e acidente de trabalho e reequilíbrio salarial para 10 das 125 carreiras abrangidas pelo plano de carreira do Executivo — algumas das principais reivindicações dos sindicatos. O novo plano abrange cerca de 10 mil servidores, de 125 cargos. 

Do lado de fora do Palácio Rio Branco, sede da Câmara, muito barulho, carro de som, de onde se ouvia palavras de ordem contra o projeto, e centenas de servidores vestidos de preto. No plenário, a oposição, capitaneada pela combativa Giorgia Prates (PT), até tentou adiar a votação, mas reconhecia, em rodas de conversa, que houve avanços importantes para as categorias.

De olho em tudo — Toda a votação e a articulação política eram acompanhadas de perto pelo discreto Rodrigo Ajuz — servidor da prefeitura e um dos braços direitos do supersecretário de Governo, Luiz Fernando Jamur. Ajuz permaneceu numa salinha contígua ao plenário e atualizava o chefe quase que instantaneamente do que acontecia na Câmara.

Foram 25 votos favoráveis, 10 contrários e 1 abstenção. Dentro da Prefeitura de Curitiba e também na Câmara de Vereadores a avaliação da votação foi positiva. O impacto financeiro será de cerca de R$ 500 milhões — com contribuição de R$ 30 milhões da Câmara Municipal através de um esforço encabeçado pelo presidente da Casa, vereador Marcelo Fachinello (Podemos), com auxílio dos parlamentares e servidores.

Pontuou com o prefeito — Fachinello, aliás, teria recebido elogios no distante Palácio 29 de Março, pela condução dos trabalhos. E, mesmo estando no primeiro mandato, já conquistou a presidência da Câmara e conta com a plena confiança do alcaide de Curitiba para assumir a prefeitura durante a viagem do titular ao exterior na próxima semana.

Outro ponto positivo destacado foi o espaço dado aos sindicalistas na tribuna da Câmara, antes do início da sessão, para que expusessem seus posicionamentos — discursos que eram amplificados em caixas de som instaladas na parte de fora da sede do legislativo municipal. Nesta terça, acontece a segunda votação dos projetos, mas a sensação é de que o pior já passou.

Há um ano da eleição municipal, vereadores e o prefeito agora aguardam a bonança — se bem que a tempestade que se avizinhava não chegou nem perto do Palácio Rio Branco.

 

Redação:

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