Um perfil no Instagram, intitulado “Quarto O Poder”, tem tirado o sono de muita gente graúda no Palácio Iguaçu. Os alvos são diversos, de diferentes castas, e as informações inquietantes e perturbadoras.
Nove de cada 10 políticos que circulam no Centro Cívico têm se questionado sobre o autor do perfil — que não tem poupado gente do alto escalão do governo Ratinho Junior.
Os textos, quase sempre muito bem redigidos, têm incomodado — especialmente, os palacianos do 3º e 4º andar. Ratinho, que está de férias, já recebeu o link do perfil.
Uma boa fonte do Blog Politicamente conta que já foi dada uma ordem no Iguaçu para buscar, a qualquer custo, o redator do tal perfil do Instagram. Estão lançando mão de todas as estratégias e ferramentas tecnológicas para identificar os autores.
Numa das postagens, o autor cita que o perfil é alvo de ação judicial para tentar derrubar o conteúdo. “Aparentemente, a verdade incomoda — e muito. Mas quanto mais tentam apagar o que investigamos, mais claro fica quem está devendo, e por quê”.
A fonte cita ainda que até aquele “famoso assessor internacional” do governo, que recentemente atraiu os holofotes da imprensa quando ocupava a diretoria de Inteligência e Informações Estratégicas da Controladoria Geral do Estado do Paraná (CGE), foi chamado às pressas para ajudar a desvendar o mistério que está por trás do “Quarto O Poder”. Ele, que circula discretamente pelo governo, teria recebido carta branca para “cassar” o dono do perfil. “Custe o que custar”.
A paranoia é tanta que setores do governo estão evitando trocar mensagens pelo whatsapp — por acreditar que vivem num ambiente de monitoramento constante. Uma fonte da Procuradoria Geral do Estado (PGE) conta, sob a condição de anonimato, que já chegou a determinação para evitar o aplicativo de mensagens instantâneas. A ordem é usar o Telegram.
Até o fim da tarde desta terça-feira (22), já tinham sido publicados 16 textos com alvos aleatórios: os secretários Márcio Nunes, da Agricultura, e Hudson Teixeira, da Segurança Pública — até o PGE Luciano Borges dos Santos e o chefe da Casa Militar, Marcos Antonio Tordoro.
Não são só secretários de Estado estão na mira — servidores de 2º e até 3º escalões têm atraído a atenção do perfil “Quarto O Poder”. O subchefe da Casa Civil, Lucio Mauro Tasso, e o diretor-geral, Maiquel Zimann, que está de férias na Europa, são alguns dos exemplos.
Enquanto o governo cassa o dono do incômodo “Quarto O Poder”, o número de seguidores vem crescendo e a audiência tem ficado cada vez mais refinada. Deputados tanto da base governista quanto da oposição vêm seguindo o perfil, assim como vereadores, ex-prefeitos, deputados estaduais e federais, assessores políticos, delegados de Polícia, jornalistas, advogados e muitos “curiosos”.
Todos parecem afoitos por informações comprometedoras de gente graúda do Palácio Iguaçu — algumas delas impublicáveis.
Com o perfil ainda ativo, palacianos e políticos do Centro Cívico repetem diariamente o mantra: “quem está por trás do “Quarto O Poder”. Que comecem as apostas.