PT vai ao STF para tentar barrar "Parceiro da Escola" no Paraná

PT vai ao STF para tentar barrar “Parceiro da Escola” no Paraná

PT vai ao STF para tentar barrar projeto Parceiro da Escola

Por Carol Nery

O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou, no início da tarde desta quinta-feira (11), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, para tentar barrar o “Parceiro da Escola”, da Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) — cuja lei foi aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Ratinho Junior em junho deste ano.

 

PT do PR vai ao STF para tenta barrar projeto Parceiro da Escola
Deputado estadual Arilson Chiorato (PT) votou contra o Parceiro da Escola (Foto: Orlando Kissner/Alep)

 

Segundo o governo do estado, o “Parceiro da Escola” tem o objetivo de implementar melhorias em mais de 200 escolas da rede estadual do Paraná, por meio da contratação de empresas especializadas em gerenciamento de instituições de ensino. Neste caso, a empresa fica responsável pela gestão administrativa, incluindo os recursos materiais, como a infraestrutura da escola. Para o PT, é inconstitucional e que propõe a privatização das escolas.

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O anúncio sobre a ação no STF foi feito numa rede social pelo presidente estadual do PT, deputado Arilson Chiorato. “Gente, agora a luta é na Justiça contra as privatizações das escolas públicas do Paraná. Nós acabamos de protocolar junto ao STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, para garantir que a escola continue pública, gratuita e de qualidade, garantindo o futuro de nossas gerações. Nós vamos barras essas insanidades do Ratinho Junior e a sua ganância. Várias inconstitucionalidades, vários vícios. Escola é direito de todos e não é mercadoria”, afirmou Chiorato no vídeo.

Projeto Parceiro da Escola gerou revolta dos professores da rede estadual

O “Parceiro da Escola” gerou muita polêmica, desde o início da tramitação na Assembleia Legislativa, no final do mês de maio, entre a classe educadora. Na avaliação da APP-Sindicato, que representa a categoria, o projeto em discussão na época tratava-se de um “cheque em branco” do governador Ratinho Jr. (PSD), para que ele possa “vender” as escolas públicas do Paraná “como quiser e com as próprias regras”.

PT vai ao STF para tenta barrar projeto Parceiro da Escola
Parceiro da Escola: consulta será em 204 unidades elegíveis (Foto: Divulgação/Aen)

 

“O projeto não diz quais os critérios que deverão ser considerados para selecionar as escolas, quais os critérios e a forma que o governo vai selecionar as empresas para as quais ele quer vender as escolas. Não tem elemento algum, não diz nada de como vai ser e nem do processo de seleção”, disse à época Walkiria Olegário Mazeto.

Em protesto, professores e funcionários de escolas estaduais do Paraná iniciaram uma greve no dia 3 de junho, que durou 48 horas. “Não conseguimos barrar a tramitação [do projeto Parceiro da Escola], mas incomodamos e alcançamos com grande êxito outros objetivos. A nossa luta colocou a pauta da venda das escolas no mundo, declarou Walkiria, na ocasião.

O movimento aconteceu enquanto a Lei 22.006/2024 era aprovada na Alep, após duas semanas de discussões, e sancionada pelo governador Ratinho Junior. “O próximo passo é a consulta aos professores, pais, alunos e responsáveis, que vão decidir, de forma democrática, se querem implantar o projeto em suas escolas. É uma nova dinâmica para que a melhor educação do País amplie seus horizontes”, disse Ratinho Junior, ao sancionar a lei. A consulta pública às 204 unidades elegíveis da rede estadual será em outubro e presencial.

Por meio de nota, o Governo do Paraná informou que entende que o projeto propõe uma modernização do modelo de gestão das escolas e que é constitucional. Ele foi aprovado por ampla maioria pelos deputados estaduais e ainda vai passar por consultas públicas.

Além disso, ele já está em execução em duas escolas. A aprovação dos pais e da comunidade escolar é superior a 90%. Em ambas as entidades, os índices de matrículas, frequência e desempenho escolar dos estudantes apresentaram melhoras significativas entre 2023 e 2024.

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