Poucas horas depois do término da coletiva de imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, o PT, por meio de nota, reagiu à conclusão da polícia de que não houve motivação política na morte do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. O inquérito, presidido pela delegada Camila Cecconello, foi concluído e o policial penal Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado: motivo torpe e causar perigo comum ao expor ao perigo as outras pessoas que estavam na festa.
“Entendemos que as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras, e que podem levar a interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo, seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas, narrativa esta, contestada pelos fatos amplamente divulgados na imprensa, com imagens e depoimentos que provam a motivação política do crime”, diz um trecho da nota.
O PT ainda manifestou surpresa com o resultado das investigações e preocupado com o fato de que “os advogados de Marcelo, não tenham tido amplo acesso as diligências e investigações desenvolvidas pela Polícia Civil”. E reiterou o “apelo para que este inquérito seja federalizado com a participação da Justiça Eleitoral, PGR e STF, para que salvaguardem o direito dos cidadãos, a manifestarem livremente suas opções políticas, sem que corram risco de serem assassinados”. Ao fim, considerou que o inquérito foi concluído de forma açodada. “O encerramento apressado das investigações desse crime bárbaro é, acima de tudo, uma ofensa à família de Marcelo, além de um prognóstico preocupante de conivência das autoridades com os futuros episódios de violência que ameaçam as eleições deste ano”.
O ex-governador e pré-candidato ao Governo do Paraná, Roberto Requião (PT), foi às redes sociais para se manifestar sobre a conclusão do inquérito. “O cara entra gritando “Bolsonaro”numa festa com o tema do Lula, mata o aniversariante e a polícia conclui que a motivação não foi política. Impressionante como a Direita brasileira se protege, o verdadeiro ‘ninguém solta a mão de ninguém’, nem dos homicidas”.
Marcelo Arruda foi foi morto na madrugada do último domingo durante a festa de aniversário de 50 anos, cujo tema era o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula, na cidade de Foz do Iguaçu.