O PT do Paraná está decidido a não lançar candidatura própria na eleição para a prefeitura de Curitiba e apoiar um aliado do campo da esquerda — mesma estratégia adotada na cidade de São Paulo. A dúvida, por ora, é se o escolhido será Luciano Ducci, do PSB, ou Goura do PDT — com amplo favoritismo, hoje, para o ex-prefeito da capital.
Apesar desta certeza do rumo a ser tomado em 2024, o partido optou por, publicamente, adiar a decisão — após a reunião realizada no último sábado, sob a batuta de Gleisi Hoffmann. O prazo para o anúncio é 30 de março. A cautela tem explicação: a democracia interna do PT, que pretende ouvir as mais diferentes alas para chegar a um consenso. Mas a estratégia, já com aval de Brasília, está definida.
Conta uma boa fonte do Blog Politicamente, que na sexta-feira à noite, antes, portanto da reunião oficial do partido com a militância, alguns poucos caciques do PT se reuniram para avaliar a possibilidade de definir o rumo de 2024 já no fim de semana. Mas houve resistência. A maior delas, vinda do deputado federal Zeca Dirceu — que ainda nutre o sonho de ser o candidato a prefeito de Curitiba. Dificilmente será. As chances são quase nulas.
Dois fatores depõem contra Zeca Dirceu: a inexpressiva votação em Curitiba na última eleição de 2022, quando o petista obteve menos de 1900 votos na capital. Só a título de comparação, a também deputada federal petista Carol Dartora, que tem colocado o nome na disputa pelo Palácio 29 de Março, fez mais de 61 mil — 30 vezes mais que o filho de Zé Dirceu.
O segundo motivo, este mais sensível, é uma leve desconfiança da relação de proximidade de Zeca com alguns interlocutores do Palácio Iguaçu — que torcem pela profusão de candidaturas da esquerda para pulverizar o voto. Cada ida do deputado federal à sede do governo paranaense é detalhada aos caciques do PT, que, por ora, observam de longe.
Carol Dartora, assim como Zeca, dificilmente ganhará a simpatia e a confiança do PT para representar a legenda na eleição de outubro. O destino do PT está selado.
PT vai indicar vice? — Além da dúvida entre Ducci e Goura, outra questão permeia a estratégia petista em Curitiba. Abrindo mão da cabeça de chapa em Curitiba, o PT estuda lançar um vice. Existe uma costura política, um discurso de convencimento, para que o pedetista abra mão da candidatura para ser vice de Ducci. Internamente, esta possibilidade é avaliada no PT, mas seguida de desconfiança de petistas que temem turbinar Goura em detrimento de um próprio companheiro em eleições futuras.
Enquanto isso, o PT ainda quebra a cabeça para encontrar, dentro do próprio quadro, um vice dos sonhos para Ducci. Busca-se na verdade, uma vice. O nome da vereadora Professora Josete foi colocado na mesa e está sob análise. Assim como o da jovem deputada estadual Ana Júlia. As opções não preenchem os dedos de uma mão.
O partido finaliza os detalhes de uma pesquisa, junto ao eleitorado curitibano, para responder esta e outras questões internas. Esta sondagem, inclusive, deve trazer dados e argumentos que reforcem a estratégia de aliança — dentro do discurso de democracia interna do PT. Até 30 de março, os diferentes nacos de micro poder do PT vão debater o rumo de 2024. Mas o batido esta martelo.