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PT do Paraná quer suspender licitação do novo pedágio

Já está nas mãos da equipe de governo de transição um documento que pede a suspensão do processo de licitação do novo pedágio no Paraná.

O documento foi entregue ontem, pessoalmente, pelo deputado Arilson Chioratto que é líder da oposição na Assembleia Legislativa e coordenador da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia. Pela manhã ele se reuniu com técnicos na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e depois com o comando da equipe de transição: Geraldo Alckmin (PSB) e Gleisi Hoffmann (PT).

O assunto também foi exposto a Maurício Muniz, que integra o grupo de Infraestrutura do governo de transição e ex-secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ex-ministro da Secretaria Nacional dos Portos. “Foi um encontro muito produtivo. Com certeza, o pedágio no Paraná será rediscutido e um novo modelo, mais justo, deverá ser debatido com toda a sociedade”, disse Arilson.

Qual a proposta? O PT quer um novo modelo de pedágio no Paraná. A ideia é ter um pedágio de manutenção nas praças já instaladas, ou seja, neste molde, não são previstas obras ao longo das rodovias.

O Palácio Iguaçu tem outro entendimento e defende um modelo de cobrança que contemple obras de melhorias nas estradas, como por exemplo, a duplicação completa da BR-277 que liga Curitiba a Foz do Iguaçu — além de outras intervenções.

A equação é simples. Pedágio sem obras o valor da tarifa pode ficar em torno do cincão (R$ 5) prometido por Lula no finalzinho do 2° turno. Concessão das rodovias com previsão de obras, o custo do pedágio sobe e, invariavelmente, a tarifa também.

Ferida aberta — O antigo contrato de concessão, maculado pela corrupção e findado em 28 de novembro de 2021, trazia a previsão de obras, mas aos poucos elas foram sendo retiradas dos contratos em troca de pagamento de propina. Em resumo, o paranaense pagou uma tarifa cara por uma estrada quer não condizia aos investimentos.

Antes mesmo do término do contrato, o governo previa licitar a nova concessão na Bolsa de Valores B3 em São Paulo, mas a pandemia da Covid-19 acabou atrapalhando os planos. O cronograma então foi jogado para 2022 e o Palácio Iguaçu espera pelo menos licitar os lotes 1 e 2 de rodovias — os outros quatro ficaram para 2023.

O problema é que o cenário em novembro de 2021 era um, agora, passado um ano, é outro. Se na época o governo falava em reduzir as tarifas em até 50%, hoje este porcentual é praticamente impraticável.

A conta vem — Obviamente que todo o paranaense está adorando viajar pelas estradas sem pagar pedágio, mas a médio prazo a conta virá. A manutenção é caríssima e o Estado não tem condição de assumir este custo.

Governo Estadual e Federal precisam deixar a questão política de lado e pensar no que é o melhor para o Paraná e para o motorista paranaense que por 30 anos sofreu, a duras penas, com um contrato de concessão benéfico para poucos e maléficos para milhares.

 

Foto: Aveline Gomes da Silva/Divulgação

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