O PT decidiu que não vai realizar as prévias para escolher o candidato à prefeitura de Curitiba na eleição de outubro. A decisão foi tomada em uma reunião da Executiva Nacional que aconteceu em Brasília — a resolução foi aprovada por ampla maioria, 49 votos a favor e 19 contra.
Portanto, as prévias que seriam realizadas no mês de abril foram canceladas e o destino do PT na capital paranaense será traçado em Brasília com a decisão vindo de cima para baixo. Há duas semanas, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse em entrevista ao Blog Politicamente e à rádio Banda B, que o melhor caminho para o PT é apoiar a candidatura de Luciano Ducci do PSB. E que esta decisão já teria o aval de Lula. Isso sepulta os planos dos federais Zeca Dirceu e Carol Dartora, e também de uma ala interna do partido, que defendiam a candidatura própria.
Ao mesmo tempo, para Ducci o apoio petista traz bônus e ônus. Os pontos positivos são o reforço no tempo de rádio e televisão e o acesso ao polpudo fundo eleitoral, o segundo maior, atrás só do PL partido de Bolsonaro. Além da incorporação de uma militância aguerrida e tradicional do PT — sem falar no apoio do governo federal e na possibilidade de se “apoderar” da capilaridade de programas sociais da União.
O ônus é a resistência do eleitor curitibano com o PT e com Lula — rejeição retratada nas duas pesquisas, até aqui registradas, para a prefeitura de Curitiba. Luciano Ducci sabe disso e vice este dilema. Mas nos bastidores, o ex-prefeito do PSB trabalha numa outra estratégia: trazer o deputado estadual Goura, do PDT, para a vaga de vice e o PT viria como um partido aliado.
Só falta combinar com a Gleisi, que já disse publicamente que seria “mais do que legítimo que o PT reivindique a vice na chapa de Luciano Ducci”. Mas com o PT mais pragmático em 2024, não seria surpresa se os petistas abrissem mão da vice, a depender de muita pesquisa eleitoral, para ganhar o Palácio 29 de Março. Tudo leva a crer que no final o PT estará com Luciano Ducci, resta saber se na posição de candidato a vice ou apenas como o maior e mais importante partido na aliança de Ducci.
Seja qual for a posição na chapa, Gleisi e o próprio presidente Lula terão de entrar em campo para convencer parte da militância de Curitiba à apoiar Ducci e não jogar contra na campanha.