A privatização da Compagas subiu no telhado, por enquanto. A gestão de Ratinho Junior (PSD) mantém a intenção de vender a distribuidora, mas com tantas incertezas no mercado energético, foi preciso pedir novos estudos à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A Fipe já tinha desenhado um modelo que previa a antecipação do contrato de concessão – que vence em 2024 – e a privatização por meio de pagamento de outorga de cerca de R$ 500 milhões.
Ao pisar no freio na venda da Compagas, o governo elimina focos de tensão com o setor produtivo e um grupo de deputados estaduais, que há meses criticam a cobrança de outorga e apontam para o risco de o gás canalizado no Paraná continuar como um dos mais caros do país.
Estudos conduzidos pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) já demonstraram o peso do gás no custo da indústria paranaense. A Compagas se defende, dizendo que o atual contrato e o modelo histórico de desenvolvimento do estado – focado no agronegócio – oneram a tarifa atual.
O setor produtivo demonstra temores com a modelagem da concessão, por envolver monopólio na distribuição de um insumo energético essencial. A outorga, se cobrada, recairá inevitavelmente sobre o preço da tarifa, ainda que diluída ao longo do contrato.
O tema é complexo, e ficou ainda mais espinhoso com a alta dos preços de insumos energéticos. A Guerra na Ucrânia prejudica a tomada de decisões a longo prazo. E as eleições de outubro acabam afetando as decisões de curto prazo. Então, fica tudo como está, por enquanto.