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Pode isso Arnaldo? Lula e PT tentam atrair deputados do PL

Pode parecer bastante absurdo, diante do antagonismo óbvio, mas o presidente Lula e o PT colocaram em prática uma estratégia para atrair deputados federais e prefeitos do PL — partido do arquirrival Jair Bolsonaro.

Este ousado plano começou a ser pensado e executado durante a votação da reforma administrativa na Câmara dos Deputados, quando 20 dos 99 deputados federias votaram com o governo Lula favorável à reforma, contra a orientação expressa do ex-presidente Bolsonaro. Ali, conta uma fonte do Blog Politicamente,  acendeu uma luz amarela no Palácio da Alvorada para tentar entender como o partido do maior adversário político votou com a base aliada de Lula.

A percepção é a seguinte. Nos cálculos dos aliados do Planalto, eles acreditam que podem cooptar aí até 20 deputados federais do PL. A avaliação dos governistas é que esse grupo seria composto por nomes considerados pragmáticos, ou seja, que não faria a oposição simplesmente por ser oposição. Haveria margem para que, em determinados projetos, eles votassem com o governo Lula.

Negociação nos bastidores — Obviamente que para atrair esses 20 deputados do PL de Bolsonaro, Lula teria que sinalizar com cargos no segundo e no terceiro escalão do governo. Essa articulação, diz a fonte do Blog Politicamente, já vem acontecendo nos bastidores. E um dos entraves é que esta negociação tem que ser feita de forma individual, com cada um dos 20 deputados do PL, que querem obter vantagens individuais. Não é uma negociação com o bloco, é particular. E tem uma condicionante: toda esta articulação entre PT e PT não pode causar desgaste com a base fiel a Bolsonaro dentro do partido.

A mais recente, contundente e pública ação de Lula e do PT dentro desta estratégia aconteceu no início desta semana, quando o Partido dos Trabalhadores, por uma diferença de apenas dois votos, decidiu que não vai barrar alianças com o PL de Bolsonaro nas eleições municipais de 2024.

Eleição 2024 pode ter PL e PT juntos — Pela decisão do diretório nacional do PT ficam permitidas, quem diria, coligações com candidatos do PL nos municípios, desde que apoiem o presidente Lula numa eventual reeleição em 2026. A resolução do PT não cita o PL, diz apenas que proíbe o apoio a candidaturas identificadas com o bolsonarismo. Ou seja, o candidato pode ser do PL, mas não pode ser identificado com Bolsonaro.

Mais um detalhe importante. Foi a primeira vez, que de forma aberta e pública, o PT fala em reeleição de Lula para um quarto mandato como presidente da Republica.

Agora, se no Congresso Nacional já teve deputado do PL votando com o governo Lula, com certeza neste “Brasilzão” será possível vermos uma improvável aliança entre PT e PL na eleição do ano que vem. Aqui no Paraná, que é um estado marcado pela polarização entre petistas e bolsonaristas, talvez seja mais difícil vingar uma aliança desta entre os arquirrivais.

Foto: Reprodução TV Globo

Redação:

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