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PLR da diretoria da Copel expõe piora na qualidade dos serviços

Foto: Divulgação Copel

O valor destinado à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da Copel caiu em 2022, mas não o suficiente para impedir críticas que colocaram em evidência a piora na qualidade de alguns serviços prestados pela distribuidora de energia.

Na Assembleia Geral dos Acionistas da última sexta-feira, 29 de abril, as propostas da diretoria foram aprovadas, inclusive a destinação de R$ 290,1 milhões a serem pagos pela controladora e subsidiárias aos seus funcionários.

Os acionistas referendaram o posicionamento que o Conselho de Administração havia tomado em reunião em 22 de março. O valor proposto é inferior ao provisionado no balanço financeiro de 2021, que previa pagamento de até R$ 367,4 milhões.

Mesmo assim, o acionista Leandro José Grassmann, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), aproveitou para manifestar sua contrariedade com as decisões da companhia, em especial o pagamento de bônus aos administradores. Segundo ele, falta transparência nas metas a serem cumpridas pelos diretores.

No voto contrário à aprovação dos assuntos da Assembleia, Grassmann apontou piora na qualidade de alguns serviços prestados pela Copel Distribuidora, se posicionando contra a “nefasta política de redução de custos, principalmente de pessoal; pela sanha incontrolável pelo lucro; pela distribuição de 65% dos lucros aos acionistas; pela falta de investimentos e manutenção nos ativos de geração, transmissão e distribuição”.

O Blog Politicamente foi conferir no site da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) os dados sobre serviços da Copel Distribuidora. De fato, ao longo dos últimos anos, houve piora nos indicadores. No mesmo período, outras empresas atuantes no setor, como Cemig (Minas Gerais) e Celesc (Santa Catarina), conseguiram melhorar os serviços prestados.

Dentre os indicadores contabilizados pela Aneel há o Número de Ocorrências Emergenciais com Interrupção de Energia Elétrica (NIE), que até caiu na Copel Distribuidora, de 303,3 mil para 279,2 mil, uma variação de -8% entre 2017 e 2021. O Tempo Médio de Deslocamento (TMD) das equipes de emergência teve uma redução menor, de (-2,3%).

O que chama a atenção é o Tempo Médio de Preparação (TMP) das equipes e o Tempo Médio de Execução (TME) dos serviços, que subiram 26,2% e 47,1%, respectivamente. Em 2021, as equipes de emergência levaram em média 178,5 minutos para se prepararem, contra 141 minutos em 2017. O TME passou de 20,8 minutos para 30,7 minutos em 2021.

Ou seja: as equipes da Copel estão demorando mais para atender menos atendimentos.

Enquanto isso, Cemig e Celesc conseguiram melhorar nesses quesitos. A distribuidora de Minas Gerais, mesmo com mais ocorrências de interrupção de energia em 2021 (alta de 24% em relação à 2017), diminuiu o tempo médio de deslocamento em quase 2 minutos, o tempo médio de preparação em 35 minutos, e o tempo médio de execução, em 1 minuto.

Na Celesc, o número de quedas de energia aumentou ainda mais em 2021 (31% na comparação com 2017); mesmo assim, o tempo médio de deslocamento caiu 9 minutos (-27%); o tempo médio de preparação caiu 44 minutos (-27%) e o tempo médio de execução caiu 40 minutos (-44%).

No voto na Assembleia da Copel, o engenheiro Leandro José Grassmann apresentou apenas dados da Copel, os quais, segundo ele, devem “servir de advertência aos demais acionistas da companhia quanto às consequências das decisões tomadas pelos mesmos e pelos gestores da companhia”.

Redação Redação:

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