Circula pelo Centro Cívico uma pesquisa eleitoral fresquinha para a disputa pela prefeitura de Curitiba em 2024. O Blog Politicamente teve acesso aos números deste levantamento, realizado no início do mês de junho pelo instituto IRG — portanto, depois do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a perda do mandato de deputado federal de Deltan Dallagnol, fato que mexe no xadrez político da capital.
A pesquisa espontânea, ou seja, quando é apresentado aos eleitores os nomes dos candidatos, apresenta alguns cenários. Um inclusive com o Deltan como candidato, já que ainda existe uma remotíssima chance de reverter a cassação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Com Deltan — Vamos aos números: num primeiro cenário com o Deltan, ele aparece em primeiro com 22% dos votos. Depois vem um bloco de candidatos, todos embolados, muito próximos um do outro. O deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil) aparece 14,2%, o federal e ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB) tem 12,6% e Eduardo Pimentel (PSD) com 11,3%.
Todos eles estariam empatados tecnicamente dentro da margem de erro (3%) em segundo lugar. Depois viria o ex-governador Beto Richa (PSDB) com 9,1% e Paulo Martins (PL) com 6,4%. A deputada federal do PT, Carol Dartora, aparece com 6% e o estadual Goura (PDT) com 5,4%. Não sabe ou não respondeu, totalizou 6,2% e 6,7% disseram que não votariam em nenhum.
Sem Deltan — Mas no cenário sem Deltan, o que no meio político parece ser o mais viável, a pesquisa mostra que se a eleição fosse hoje teria tudo para ser um dos pleitos mais disputados de Curitiba. Isso porque, segundo os números, quatro candidatos estariam empatados em primeiro lugar, dentro da margem de erro. Leprevost com 18,2%, Luciano Ducci com 15,5%, Eduardo Pimentel com 14,3% e Paulo Martins com 13%. Neste cenário, Beto Richa tem 10%, Goura 6,2% e Carol Dartora com 6%. Não sabe ou não respondeu, totalizou 5,8% e 11,1% disseram que não votariam em nenhum.
Análise — O que chama a atenção nestes cenários pesquisados é que com Deltan fora da disputa, os votos do ex-chefe da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) acabam se dissipando para mais de um candidato. Praticamente todos ganham, menos a petista Carol Dartora que permanece com 6% nos dois cenários. O mais beneficiado com Deltan inelegível é Paulo Martins, que é ex-deputado federal muito ligado ao Bolsonarismo. Ele praticamente dobra a porcentagem de votos.
Outro fato que chama a atenção na pesquisa é o desempenho do ex-governador e ex-prefeito de Curitiba Beto Richa, que nos dois cenários aparece com cerca de 10%. Talvez seja um reflexo da estratégia do tucano de divulgar nas redes sociais seus feitos como governador em prol de Curitiba. Mas a pesquisa mediu também a rejeição dos candidatos e daí o resultado praticamente inviabiliza o retorno de Beto Richa ao palácio 20 de Março — sede do Poder Executivo Municipal.
Rejeição — De acordo com os dados do levantamento, que o Blog Politicamente teve acesso, Richa lidera a rejeição entre os eleitores, com 44%. Em segundo vem Deltan com 8,4% seguido de Carol Dartora e Goura, ambos com 5,7%, Ducci (4,6%), Ney Leprevost (2,8%), Eduardo Pimentel (2,3%) e Paulo Martins (2,1%).
Até 2024… — É preciso destacar, que esta pesquisa é um retrato de como o eleitor vê hoje estes possíveis candidatos a prefeitura de Curitiba. Até 2024, ainda tem muita coisa para acontecer que pode mexer no xadrez político. Invariavelmente, Eduardo Pimentel deve crescer já que terá o apoio do governador Ratinho Junior e do atual prefeito de Curitiba Rafael Greca, dois bons cabos eleitorais que prometem sair às ruas para eleger o Eduardo.
É possível também que o candidato que vá representar a esquerda também suba nas pesquisas impulsionado pelo governo Lula — caso, claro, o governo federal tenha um bom desempenho, principalmente na economia.
A pesquisa traz bons indícios que a disputa pela prefeitura de Curitiba em 2024 pode ser emocionante e bastante disputada.