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PT nativo critica, mas governo Lula comemora pedágio no Paraná

Foto: Cláudio Kbene

Pode parecer controverso, mas o mesmo PT que critica é o que elogia o processo de concessão das rodovias do Paraná. Aqui pelas terras das araucárias, os petistas torceram o nariz para o evento em Brasília que reuniu o presidente Lula e o governador Ratinho Junior para assinatura da delegação das estradas paranaenses para a União dar encaminhamento no processo de instalação do pedágio.

O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Requião Filho (PT), prometeu lutar até o fim para evitar que a atual modelagem, que vem sendo montada pelo governo estadual e federal, prospere. Mas pelo andar da carruagem é muito difícil que haja uma guinada radical no modelo que vai à leilão.

Se por aqui o cenário é de pessimismo, no Governo Federal o ambiente é só sorrisos. Uma matéria veiculada pelo Ministério dos Transportes exalta o acordo com o governo paranaense e diz que entendimento “garante pedágio mais barato nas rodovias paranaenses”.

Redução na tarifa — Diz o governo Lula que “os projetos preveem tarifas mais baratas em comparação ao que a população do estado pagava até dois anos atrás” e que “em valores absolutos, sem contar a inflação, os preços caem em até 28%”. O ministério chega a exemplificar, citando a praça de pedágio de Lapa, onde os motoristas pagarão até 33% a menos que em comparação à tarifa corrigida praticada no encerramento do contrato anterior. “Em Porto Amazonas, a diferença é maior: 36%”, exalta.

O ministério ainda cita que os editais dos dois lotes vão ser publicados ainda neste mês de maio e a licitação na primeira quinzena do mês de setembro.

Apesar da empolgação do governo federal, que contrasta diametralmente com o sentimento do PT do Paraná, o Blog Politicamente apurou que petistas daqui estão imbuídos de tentar modificar a atual modelagem — que prevê um leilão por menor tarifa, não havendo necessidade de pagamento de aporte financeiro, até 18% de desconto da tarifa do pedágio.

Acima desse percentual, explica o ministério, a contribuição será necessária. “O investimento por menor tarifa exige, por exemplo, que o recurso seja usado na própria concessão para assegurar o andamento execução das obras ao longo da rodovia, com pedágios mais baratos aos usuários”.

A real preocupação — Este contraste de sentimentos dentro do mesmo PT tem motivo. A grande preocupação dos petistas paranaenses é a seguinte: o governo Ratinho vai contabilizar politicamente a execução das obras ao longo das rodovias enquanto que “a conta” por uma tarifa alta do pedágio pode recair sobre o governo Lula — implicando em possíveis desgastes políticos em processos eleitorais no Estado, inclusive já em 2024.

Redação:

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