Sem mencionar o nome de Cristina Graeml (PMB), para não passar recibo, os estrategistas da campanha de Eduardo Pimentel (PSD) colocaram em prática um planejamento, tanto na propaganda eleitoral quanto nas redes sociais, que tem como objetivo tentar frear o crescimento da jornalista já percebido pelo QG do candidato do PSD. Uma das medidas nesta reta final foi colocar Deltan Dallagnol novamente na TV, que dialoga com os adeptos da Lava Jato e, de certa forma, com a Direita — além de mudar o tom no filme ao pedir aos curitibanos para não votarem em “candidatos aventureiros”.
Outra ação colocada em prática para aproximar Eduardo com o eleitor de direita foi soltar um vídeo de Paulo Martins, vice na chapa do PSD, nas redes sociais relembrando a proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro — “desde que não era moda enfrentar o PT e a esquerda”. E aí, pela primeira vez na campanha eleitoral, apareceu a foto do “Capitão” com Eduardo, Paulo Martins e o governador Ratinho Junior. Existe um vídeo em que o ex-presidente pede voto e declara apoio ao candidato do PSD, mas ele segue guardado. Até porque, a turma da Prefs tem torcido o nariz para a estratégia de internalizar Bolsonaro na campanha.
São reações ao crescimento de Cristina Graeml, registrado na última pesquisa divulgada pelo Instituto Radar com o cenário da disputa eleitoral de Curitiba. A jornalista do PMB dobrou o porcentual de agosto para setembro. De 3,7% para os atuais 7,2% registrados na pesquisa estimulada contratada pela Rádio/Portal Banda B e divulgada nesta semana. O grande obstáculo de Cristina tem nome e sobrenome: Luciano Ducci (PSB), que também cresceu na Radar alcançando 16,4%.
Cristina se apresenta como a “verdadeira candidata da direita”
Com uma semana até a abertura das urnas, a jornalista tem que trabalhar para angariar mais votos e ainda torcer para uma queda do candidato do PT para garantir vaga num eventual 2º turno, cada vez mais provável. Sem fundo eleitoral, ela até agora não recebeu um tostão de dinheiro público, e fora da TV e do rádio, Cristina tem investido toda a energia na rede social e nas agendas de rua.
Um dos motivos que pode explicar o crescimento de Cristina Graeml é a publicação, que vem sendo republicada e impulsionada com frequência, de uma foto ao lado de Bolsonaro, que segundo a candidata foi autorizada por ele — já que o ex-presidente declarou apoio público a Eduardo e Paulo Martins.
Outro motivo é a onda criada por bolsonaristas nas redes sociais de boicote ao PSD — pela não aderência dos congressistas do 55 ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é uma pauta defendida pelo PL. Cristina Graeml tem se apresentado aos curitibanos como a verdadeira candidata da direita, mas não se rotula como “bolsonarista” ao defender pautas muito próximas das erguidas pelo Capitão e seus seguidores. A jornalista, por exemplo, já se manifestou publicamente pelo impeachment de Alexandre de Moraes.
Metodologia: O instituto Radar Inteligência entrevistou 816 pessoas entre os dias 21 e 23 de setembro. A pesquisa, registrada sob o número 03407/2024, tem grau de confiança de 95% e uma margem de erro é de 3,5% para mais ou para menos.