Por Karlos Kohlbach
Obviamente que a realidade política, os acordos e desavenças, no cenário nacional diverge e muito das costuras nos estados e, principalmente, nos municípios — nos rincões mais afastados do país. Mas diante de uma polarização raivosa entre o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro, desde o pleito de 2018, hoje seria inimaginável pensar numa aliança entre os dois partidos. Será mesmo?
Na pequena cidade de Mariluz, no noroeste do Paraná, com pouco mais de 10 mil habitantes, um ousado pré-candidato conseguiu colocar o PT e o PL no mesmo palanque. E foi além. Trouxe ainda para o arco de aliança o União Brasil, que tem Sergio Moro nos quadros, assim como o PSB de Geraldo Alckmin e, aqui no Paraná, de Luciano Ducci.
O autor da façanha é Nilson Cardoso, do MDB, que contrariou tudo e todos e conseguiu o apoio das “legendas inimigas”. Ele, que é ex-prefeito e busca em 2024 voltar ao comando da prefeitura, escolheu Professor Marcos, do PL, como seu vice. Nilson Cardoso já coleciona vídeos de apoio dos deputados federais Vermelho (PL) e Zeca Dirceu (PT), por exemplo.
Aliança deverá ter vida curta
O feito, no entanto, não deve durar muito. Dirigentes do PL do Paraná já adiantaram ao Blog Politicamente que a aliança terá vida curta. O partido de Bolsonaro deve intervir em Mariluz. Até para atender a determinação de Jair Bolsonaro. Ele já declarou, na semana passada, que “não apoiará candidatos a vereadores e prefeitos que se coligarem ao PT”. Falou ainda que as coligações com partidos de esquerda deverão ser desfeitas.
“Então fique claro, já está definido para desfazer isso onde foi feito, e onde não for possível desfazer, a gente vai fazer campanha para o outro lado”, ameaçou o ex-presidente.
O acordo político em Mariluz está com os dias contados. Mas o que ninguém pode negar é a habilidade e capacidade de articulação política de Nilson Cardoso.
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