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Os recados revelados na pesquisa para a prefeitura de Curitiba

A mais recente pesquisa para a prefeitura de Curitiba dá alguns recados importantes a pouco menos de um ano das eleições municipais de 2024. O levantamento feito pela Paraná Pesquisa (veja abaixo), divulgado nesta terça-feira (31), mostra algumas premissas interessantes. A primeira delas é que o eleitor curitibano, agora, não está nem aí para a eleição.

Prova disso é que 78,9% das pessoas entrevistas disseram que não sabem em quem votar. E aí, quando questionado, sem que lhe seja apresentado a lista de candidatos, o eleitor fala o primeiro nome que vem à cabeça. No caso, do atual prefeito Rafael Greca (10,3%) — mesmo este já se encaminhando para o fim do segundo mandato. A partir daí, todos os candidatos lembrados pelos entrevistados estão empatados dentro da margem de erro. Chama a atenção que Eduardo Pimentel (PSD) vem logo depois de Greca, com 2%. Sinal que, enfim, ainda que de forma tímida, parece estar dando o resultado o trabalho das máquinas municipal e estadual.

A segunda premissa aparece na pesquisa estimulada, quando os candidatos são apresentados aos eleitores. O recall em torno do nome de Luciano Ducci (PSB). É sem dúvida o nome mais conhecido nos cinco cenários pesquisados, já que foi vice-prefeito de Beto Richa (PSDB) por dois mandados e prefeito por nove meses. Nos cinco cenários pesquisados, Ducci aparece na frente em quatro deles, hora soberano, hora empatado dentro da margem de erro — motivo de festa na Fazenda Roda Viva.

Pesquisa indica que o eleitor curitibano está arrependido de ter deixado Luciano Ducci fora do segundo turno de 2012. Naquela época Gustavo Fruet (PDT), com toda força do PT, derrotou Ratinho Junior que hoje beira 75% de aprovação entre os curitibanos. E Rafael Greca, que em 2012 não chamou atenção e fez uma campanha pífia, hoje é o mais lembrado. E aprovado.

Lava Jato vive — O único que supera o pessebista, é o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, recém filiado e contratado como garoto propaganda do Novo. Deltan aparece com 15,5%, seguido de Ney Leprevost (União Brasil) com 14,7%, Ducci com 14,5% e pelo ex-governador tucano Beto Richa com 13,7%. E aí vem o terceiro recado que a pesquisa nos traz: a força do lavajatismo em Curitiba, apesar dos pesares.

Deltan estará em todas as pesquisas registradas até que a Justiça Eleitoral julgue o registro de sua candidatura, lá em setembro de 2024. O Novo vai notificar os institutos a partir de janeiro de 2024: sem Deltan não sai pesquisa.

Essa conexão do lajajatismo com o eleitor de Curitiba aparece em dois momentos nesta sondagem de voto. Tanto no desempenho de Deltan quanto no de Rosângela Moro — esposa do senador e ex-juiz federal da Lava Jato, Sergio Moro. Num dos cenários pesquisados, ela fica atrás somente de Ducci — ele com 25,6% e ela com 15,3%, seguido de Pimentel com 14,7%. A Lava Jato que sucumbiu na esfera nacional, no reduto curitibano ainda tem muita força. Não é algo improvável pensar numa aliança entre Moro e Deltan, embora o União Brasil já declarou que seu candidato é Ney Leprevost. Mas pode haver movimentação política que una Deltan e Moro.

Aprovação Greca, Ratinho e Lula — A Paraná Pesquisa também sondou junto aos curitibanos a avaliação dos gestores municipal, estadual e federal. O resultado traz as duas últimas premissas. A alta aprovação, tanto de Greca quanto do governador Ratinho Junior, superior a 70%, é o acalanto de Eduardo Pimentel. O caminho do candidato do atual monopólio da política paranaenses (Ratinho/Greca) está difícil e ele deve sofrer até a eleição começar e o brilhante publicitário Júlio Bedin entrar em campo — sem falar na presença de Greca e Ratinho nas ruas e na possíveis carreatas comandadas pelo apresentador Ratinho com direto a “Xaropinho” e tudo mais.

Inversamente proporcional, a rejeição do presidente Lula em Curitiba segue latente. Ruim para Ducci e Carol Dartora (PT), ela que alcança quase 10% em um dos cenários pesquisados. 53,9% dos curitibanos reprovam o governo petista. O ou os candidatos da canhota terão que torcer para que Lula embale no governo federal para não penar em 2024.

Uma coisa não pode ser perdida de vista. Pesquisa é tão somente uma pesquisa, um retrato momentâneo. Eleição é jogo para profissionais, endinheirados e abençoados pelos cinco grandes partidos, que dispõem de fundo eleitoral e tempo de televisão.

Metodologia: A Pesquisa Pesquisa entrevistou 805 eleitores de Curitiba entre os dias 26 e 29 de outubro de 2023. O grau de confiança da pesquisa é de 95% para uma margem de erro de 3,5%.

 

Foto: Levy Ferreira/SMCS

 

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