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Operação da PF apura rastreamento ilegal de celular; 2 mandados no Paraná

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira, a Operação Última Milha para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva em cinco estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal. Os servidores da Abin presos seriam Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

No Paraná, são dois mandados, um em Curitiba e outro em Maringá. O Blog Politicamente apurou que no Paraná os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dos pais de dois servidores da Abin. Segundo a investigação, eles usaram sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial. A suspeita é que políticos, juízes e até jornalistas tenham sido alvos. O crime teria acontecido durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ainda segundo a fonte do Blog Politicamente, os investigados utilizavam um programa chamado FirstMile para espionar celulares ilegalmente. A ferramenta permite o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastando digitar o número da pessoa.

De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos.

Além do uso indevido do sistema, apura-se a atuação de dois servidores da Abin que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

 

Redação Redação:

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