Onde Ratinho e Bolsonaro estarão juntos na eleição de 2024?

Nove entre dez marqueteiros políticos acreditam que a equação Ratinho Junior + Jair Bolsonaro é capaz de impulsionar e até decidir uma candidatura no Paraná. Os dois gozam de boa aprovação junto ao eleitorado paranaense. O PL do Paraná finaliza os detalhes da viagem do Capitão ao Paraná, para este mês de julho, e os destinos vão indicar as prioridades do partido nas eleições de outubro.

 

Foto: Rodrigo Felix Leal/ANPr

Algumas predileções dos liberais vão de encontro aos interesses do Iguaçu. Nos principais centros urbanos do Paraná, Ratinho e Bolsonaro estarão no mesmo palanque — com algumas poucas exceções. Considerando o xadrez político a três meses do pleito.

O Blog Politicamente analisou o cenário político em Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.

Na capital do Estado, tudo leva a crer que Eduardo Pimentel terá o apoio dos dois. Nesta semana, foi oficializada a exoneração de Paulo Martins (PL) do cargo de assessor especial do governador, atendendo à legislação eleitoral, o deixando apto a disputar a prefeitura de Curitiba como vice do candidato dos palácios Iguaçu e 29 de Março. A presença de Paulo Martins na chapa credencia a entrada de Bolsonaro na campanha de Eduardo Pimentel.

Ratinho, o principal padrinho político do atual vice-prefeito da capital, vai entrar de cabeça na campanha de Eduardo Pimentel. Ganhar a eleição em Curitiba é prioridade máxima do governador, principalmente, porque ele já esta olhando para 2026 — assim como o Capitão, e ambos vão precisar de um aliado no maior e principal colégio eleitoral do Paraná.

Ratinho e Bolsonaro: juntos e separados pelo interior

Em Londrina, segundo maior colégio eleitoral, o candidato de Bolsonaro e Ratinho será Tiago Amaral do PSD. O deputado estadual conseguiu o apoio irrestrito do PL que é comandado pelo deputado federal Filipe Barros, que é unha e carne com o Capitão. Costura política que agrada e muito o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE), Durval Amaral — pai do pré-candidato.

Uma das principais adversárias será Maria Tereza — ex-secretária municipal de Educação e recém-filiada ao PP de Ricardo Barros e do prefeito Marcelo Belinati, que deixa a prefeitura com uma boa avaliação da gestão. Ricardo Barros deve tentar segurar o ímpeto do Capitão de desembarcar em Londrina, mas a proximidade do ex-presidente com Filipe Barros vai garantir Bolsonaro in loco na cidade.

Em Foz do Iguaçu, o cenário político é semelhante, mas a situação é inusitada. Ratinho e Bolsonaro estarão juntos no palanque do general Silva e Luna. Mas o militar não esta filiado nem no PSD do governador nem no PL do Capitão. Silva e Luna esta no Republicanos e vai enfrentar Paulo Mac Donald que se filiou ao PP de Ricardo Barros num grande evento que reuniu alguns dos caciques Progressistas de Brasília.

Em Cascavel, o xadrez está propício para o governador e o ex-presidentes andarem juntos pedindo voto para Renato Silva — atual vice-prefeito que vai disputar em outubro a prefeitura. Além dos dois padrinhos políticos, Renato Silva terá também o apoio de Leonaldo Paranhos que deixa a administração após oito anos de gestão.

Agora em algumas cidades, Ratinho estará de um lado e Bolsonaro de outro. Cada um terá seu candidato e ambos vão por à prova a capacidade de transferência de voto. Por governar o Estado e estar mais próximo dos paranaenses, o governador leva uma certa vantagem. Mas a figura de mito do Capitão ainda arrasta muitos eleitores. Em Maringá, eles estarão em lados opostos.

Na Cidade Canção, Ratinho vai apostar em Edson Scabora do PSD — que é vice-prefeito de Ulisses Maia. Bolsonaro, por sua vez, estará no palanque de Sílvio Barros do PP, graças a uma costura política feita por Ricardo Barros diretamente em Brasília com o Capitão.

Em Ponta Grossa, o rumo do ex-presidente ainda é nebuloso. Ratinho esta fechadíssimo com a candidatura de Marcelo Rangel (PSD) que já foi prefeito e agora quer retomar o comando da cidade. Vai disputar contra uma antiga aliada — Elizabeth Schmidt que era a vice e assumiu a prefeitura com o pleno apoio dos irmãos Marcelo e Sandro Alex. A relação desandou e antigos aliados são adversários de primeira ora em outubro. O PL de Bolsonaro está no arco de aliança do PSD, mas a participação de Bolsonaro na campanha ainda é incerta.

Ciente da nebulosidade, Marcelo Rangel tem tudo para abrir a vice para o PL e assim tentar atrair Bolsonaro para a campanha. Uma fonte do PL contou ao Blog Politicamente que o simples fato do PL apoiar uma candidatura, não garante a participação de Bolsonaro na campanha. “O Bolsonaro se quer conhece o candidato”, disse, se referindo a Marcelo Rangel. Mais uma missão para Ratinho Junior que tentará aproximá-los.

Na maioria das grandes cidades do Paraná, portanto, Ratinho e Bolsonaro andarão juntos e testarão nas urnas a força da direita no Estado. É uma equação que de fato pode decidir uma campanha eleitoral, mas os mesmos marqueteiros políticos que se animam em contar com os dois num mesmo palanque sabem como uma campanha começa, mas ninguém sabe como termina. Independentemente de quem está no páreo e de seus apoiadores.

 

 

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