Deltan Dallagnol (Podemos) vai tentar mobilizar o povo, principalmente paranaense, numa última tentativa de salvar seu mandato de deputado federal — cassado nesta semana por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se no Congresso e nos tribunais superiores a situação esta complicada, Deltan espera um levante popular em defesa do seu mandato.
A estratégia é parecida com aquele colocada em prática no auge da Lava Jato em que as pessoas foram às ruas para incentivar o combate à corrupção e cobrar punição aos corruptos.
Aliados do ex-chefe da Lava Jato no Ministério Público Federal, estão usando as redes sociais para convidar o povo paranaense para receber Deltan no aeroporto Afonso Pena, as 10h desta sexta-feira (19). A orientação é para que todos trajem preto como forma de protesto e contrariedade a decisão do TSE. O chamado para manifestações não para por ai. Está agendada mobilizações neste sábado em Londrina e no domingo em Curitiba e em Maringá.
A estratégia, na verdade, será um grande teste de popularidade para o Lavajatismo — leia-se Deltan e Sergio Moro (União Brasil). Caso as manifestações convocadas por aliados de Deltan consiga mobilizar um grande número de pessoas o recado será claro: o povo ainda apoia a operação Lava Jato e seus dois principais personagens.
Mas caso nestas manifestações na terra da Lava Jato, na “República de Curitiba, apareçam meia-dúzia de apoiadores, a mensagem, da mesma forma, será reluzente: aquele apoio todo à operação Lava Jato outrora visto não existe mais — pelo menos não nas ruas. Talvez nas bolhas das redes sociais.
A estratégia, portanto, pode virar um tiro no pé. E obviamente será um termômetro também para a eleição de 2024.