Atualizado às 23:04
A que ponto chegamos. O policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho invadiu uma festa de aniversário, na madrugada deste domingo em Foz do Iguaçu, e matou a tiros o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos. Na troca de tiros, Guaranho também foi alvejado e está internado. Mais cedo, a informação era que Guaranho também tinha morrido.
O surpreendente é a motivação deste crime: um era adepto do presidente Jair Bolsonaro (PL) e outro do ex-presidente Lula.
Segundo os primeiros relatos da polícia, Guaranho invadiu a festa de Arruda gritando “É Bolsonaro”. Arruda era tesoureiro do PT e comemorava o aniversário de 50 anos. A festa tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. O crime retrata o atual momento da política brasileira em que a democracia e os valores mais basilares da vida se distanciam.
O ex-presidente Lula, pelas redes sociais, se manifestou sobre o caso. “Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia ainda maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda. Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, ele não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida”, disse o petista. “Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz”.
Já Bolsonaro, pelo menos até as 14h20, não tinha publicado nada a respeito do crime.
O PT do Paraná emitiu uma nota de pesar em que “expressa seus sentimentos e solidariedade para a família de Marcelo Arruda, filiado, militante e candidato a vice-prefeito nas eleições de 2020 em Foz do Iguaçu”, diz um trecho da nota. “A violência política ocorrida ontem destruiu duas famílias, a de Marcelo e a do seu agressor, e não pode acontecer em uma democracia. Marcelo foi vítima da violência, do ódio e intolerância bolsonarista. O PT prestará toda assistência a sua família, acompanhará as investigações e o desenrolar jurídico dessa barbárie”.